As receitas da marca de bens de luxo Burberry caíram 1% para 1.410 milhões de libras (1.770 milhões de euros) no semestre até 31 de Março.

Só na actividade de retalho, o último trimestre do ano registou a maior queda nas vendas comparáveis (sem incluir fecho ou abertura de lojas), de 5%, levando a um recuo de 2% no total do semestre, valores que ficaram abaixo do aguardado pelos analistas.

De acordo com os números anunciados pela empresa nesta quinta-feira, 14 de Abril, as vendas do negócio grossista ficaram em 414 milhões de euros – um recuo de 1% - enquanto a actividade de licensing viu as receitas cortadas a metade, para os 20 milhões de euros.

China, Coreia e Japão foram os mercados de maior crescimento, ao passo que na Europa Continental a venda de bens de luxo a clientes em viagem abrandou. Excluindo Macau e Hong Kong as vendas teriam aumentado 1%.

As regiões Ásia Pacífico, Europa e Médio Oriente, Índia e África concentraram três quartos das receitas da companhia, com o outro quarto a ter origem nas Américas. As vendas de bens dirigidos a criança foram os que, percentualmente, mais cresceram – 22% em relação ao período homólogo do ano passado.

Já o comércio online cresceu em todas as regiões mundiais de negócio da empresa.

Os números do semestre surgem dias depois de a LVMH Moët Hennessy Louis Vuitton ter anunciado um crescimento de 4% das vendas no primeiro trimestre, que também desapontaram os analistas.

Para 2017, a empresa espera um ambiente de procura "desafiante" e que as vendas grossistas afundem cerca de 10% na primeira metade do ano.

Além disso, apesar de esperar lucros para o ano fiscal de 2016 em linha com o apontado pelos analistas, a marca admite no entanto que o resultado líquido no próximo ano fiscal (que se iniciou a 1 de Abril) fique no limite mínimo esperado pelo mercado, o que pressionou os títulos em bolsa.

As acções da companhia recuavam 3,57% para as 12,97 libras às 16:14, depois de já terem afundado mais de 8% na sessão desta quinta-feira.

Em comunicado, Christopher Bailey, CEO e chefe criativo, diz-se concentrado em reduzir os custos de gestão e melhorar os planos de eficiência da empresa.             

Fundada em 1856, a Burberry tem 215 lojas e 214 concessões, além de 58 outlets e 62 lojas franchisadas a nível internacional.