A Burberry está a preparar-se para a possibilidade de vir a ser alvo de uma oferta pública de aquisição (OPA). Os alarmes soaram na sede da casa de moda britânica quando um misterioso investidor alcançou uma fatia de 5% da empresa.

A administração da Burberry tentou apurar a identidade deste investidor contactando o seu banco, mas o HSBC não revelou a informação, conforme conta o Financial Times esta terça-feira, 8 de Março.

Como resultado, a companhia pediu aconselhamento ao banco britânico Robey Warshaw e ao norte-americano Morgan Stanley, de forma a preparar a sua defesa para uma possível aquisição.

As acções da companhia reagiram a esta notícia com uma valorização de 5,76% para 1,450 pences de libra na bolsa de Londres. Numa OPA, a Burberry pode vir a ser avaliada em oito mil milhões de libras (10,3 mil milhões de euros), segundo uma estimativa da Macquarie.

"A Burberry é uma das poucas marcas de luxo sem interesses familiares e por isso é um alvo mais fácil para ser adquirida", disse ao FT o analista da Macquarie, Daniele Gianera.

Entre os possíveis interessados na aquisição da marca britânica, encontra-se a francesa LVMH, a norte-americana Coach ou um fundo de investimento.

O reforço da posição deste investidor desconhecido acontece num momento em que as exportações chinesas afundaram 25% em Fevereiro, na que foi a maior queda em sete anos, e depois da China ter registado em 2015 o seu crescimento mais baixo em 25 anos.

O mercado chinês é particularmente importante para a Burberry: 25% das suas vendas têm lugar na China, enquanto 10% ocorrem em Hong Kong.