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BPI: Promoções no retalho nacional já atingiram nível máximo

Analistas do BPI apontam algumas tendências do mercado nacional: A deflação é um dos principais riscos para o sector; os retalhistas devem focar-se na qualidade e não nos preços; o online não é uma prioridade neste momento.

Bloomberg
23 de Outubro de 2014 às 10:40
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O sector do retalho alimentar está com uma perspectiva "moderada, mas positiva" para o próximo ano. A conclusão é do BPI numa nota de análise publicada esta quinta-feira, 23 de Outubro, que mantém a recomendação de "compra" para a Sonae e o Dia (casa-mãe do Minipreço, cotada em Espanha) e "neutral" para a Jerónimo Martins.

 

A deflação deverá ser uma das maiores ameaças para o sector no próximo ano, mas o BPI considera que a pressão sobre os preços deverá vir a aliviar ao longo do ano, com as previsões a apontarem para o aumento da taxa da inflação. O volume de vendas também deverá subir com a recuperação do rendimento disponível, à medida que a taxa de desemprego recua.

 

Por marcas, o Pingo Doce não deverá apostar em mais promoções e focar-se na rentabilidade. Sobre a casa-mãe, o BPI considera que a Jerónimo Martins é um "'player' forte e beneficia dos seus preços e da sua proximidade/localizações". A companhia de Pedro Soares dos Santos deverá focar-se na "rentabilidade e extrair o potencial da sua rede".

 

A Sonae deve manter a sua política mais conservadora de preços. Sendo o retalhista mais exposto a Portugal (70% do total de vendas), a melhoria nos indicadores económicos do país deve ser "tranquilizadora" para a Sonae.

 

O Dia (Minipreço) deve ser mais agressivo, mas não se deve focar só nas promoções. "A empresa precisa de investir nas suas lojas e precisa de aumentar a percepção da qualidade da sua oferta no mercado".

 

A cadeia "está numa situação difícil" enfrentando competição a vários níveis no que é o seu mercado natural, "através da proximidade do Meu Super; dos preços do Pingo Doce; da percepção de qualidade de outras cadeias de baixo preço, como o Lidl. A cadeia pode reverter as adversidades de curto prazo, mas não pode afastar uma "potencial saída de Portugal" no médio prazo, se a "tendência não se reverter".

 

Em reuniões com a liderança de alguns dos mais importantes retalhistas alimentares em Portugal, os analistas do BPI chegaram a várias conclusões: a perspectiva é moderada, mas positiva para o sector; as promoções devem continuar, mas não devem aumentar de intensidade; a maior barreira deverá vir da deflação; a falta de rentabilidade deverá impedir novas promoções; os retalhistas devem focar-se na qualidade e não nos preços; o online não é uma prioridade no curto prazo.

 

O BPI também prevê que o Intermarché possa vir a fechar algumas lojas no curto prazo. Já o Auchan, Dia e Leclerc são os potenciais candidatos a sair do mercado português no curto prazo.


O mercado do retalho alimentar tem estado "altamente focado" nas promoções, particularmente desde 2012. Mas a eficácia da promoção "atingiu um tecto e os volumes não estão a reagir às promoções", aponta o BPI. A Jerónimo Martins e a Sonae foram assim os "claros vencedores" desde 2011 com ganhos de quota de mercado de 230 pontos base e 90 pontos respectivamente.

 

Nota: A notícia não dispensa a consulta da nota de "research" emitida pela casa de investimento, que poderá ser pedida junto da mesma. O Negócios alerta para a possibilidade de existirem conflitos de interesse nalguns bancos de investimento em relação à cotada analisada, como participações no seu capital. Para tomar decisões de investimento deverá consultar a nota de "research" na íntegra e informar-se junto do seu intermediário financeiro

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