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UniCredit promete subir dividendos até 2027, mas "guidance" para 2025 desilude. Ações caem 3%

Em 2024, o banco italiano lucrou 9,3 mil milhões de euros e prometeu uma remuneração aos acionistas de nove mil milhões de euros. Mas, a descida das taxas de juro e quebra da atividade na Rússia devem deixar inalterado o lucro ajustado em 2025.

11 de Fevereiro de 2025 às 12:50
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O UniCredit quer, até 2027, atingir lucro líquido de dez mil milhões de euros. A promessa do CEO Andrea Orcel aos investidores é de, nesse período, aumentar os dividendos anuais aos acionistas. Mas, com o "guidance" da instituição financeira para 2025 a desapontar, os investidores estão já de pé atrás. 

Em 2024, o lucro do UniCredit atingiu os 9,31 mil milhões de euros. Nos últimos três meses do ano, apesar da queda de 30%, o segundo maior banco italiano superou as estimativas de lucro ao tocar nos 1,97 mil milhões de euros, face aos 1,8 mil milhões apontados pelos analistas da LSEG.

O banco italiano anunciou ainda a distribuição de nove mil milhões de euros em dividendos aos acionistas referentes aos resultados de 2024 e, "como prova da nossa generosa política de distribuição, estamos a aumentar o dividendo em dinheiro para 50% do lucro líquido a partir de 2025", garantiu Orcel na apresentação de resultados desta terça-feira, 11 de fevereiro.  

No entanto, o banco alertou que as taxas de juro mais baixas e a quebra da atividade da instituição financeira na Rússia iriam levar a que o lucro ajustado para 2025 não sofresse grandes alterações face ao resultado do último ano, com as receitas dos empréstimos a registarem um "declínio moderado". No ano passado, as receitas fixaram-se em 24,8 mil milhões de euros e, para este ano, o UniCredit prevê apenas 23 mil milhões.

Assim, a promessa do CEO de dividendos mais elevados parece estar a perder força perante os investidores, num momento em que o banco se tenta consolidar como um dos principais a nível europeu ao tentar aquisições em Itália e na Alemanha. 

A oferta do UniCredit pelo rival BPM pôs o banco no centro de um "frenesim", ao mesmo tempo que a abordagem ao alemão Commerzbank está em "stand-by", à espera do resultado das eleições na Alemanha - já que o país ainda detém 12% do Commerzbank.

Sobre esta última compra, o CEO disse à CNBC esperar ter uma decisão definitiva no final deste ano ou no início do próximo, assim como não descarta a possibilidade de aumentar esta participação e a oferta sobre o BPM.

"O UniCredit, tal como os outros bancos europeus, está muito provavelmente no auge da sua rentabilidade, dado o ambiente macroeconómico difícil e a descida das taxas de juro. Por isso, os investidores estão a reduzir a sua exposição, considerando também que as ações foram das que tiveram melhor desempenho nos últimos meses", explicou à Bloomberg Stefano Girola, diretor de investimentos do FI-MEP.

Com o otimismo dos investidores sobre o UniCredit a desvanecer, as ações do banco italiano cedem mais de 3%. Ainda assim, a instituição financeira é uma das que mais sobe no setor europeu da banca desde o início do ano: cerca de 23%.  

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