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Tranquilidade vende sede na Avenida da Liberdade onde está desde 1968
A seguradora comprada pela Apollo em 2015 tem à venda vários imóveis por 140 milhões de euros, avança a Bloomberg. A Tranquilidade, que pertencia ao Grupo Espírito Santo, está a avaliar a alienação devido à nova regulação.
A Tranquilidade está a vender a sua sede na Avenida da Liberdade, uma notícia avançada pela Bloomberg. O Negócios confirmou que existe um processo de alienação de imóveis da seguradora.
Segundo a agência de informação, que não identifica as fontes precisamente devido a cláusulas de confidencialidade, os vários imóveis à venda da seguradora estão avaliados em 140 milhões de euros.
A concretizar-se a alienação, a Tranquilidade, que pertence ao grupo Apollo, deixa de ser a proprietária do edifício onde está há quase 50 anos. De acordo com o site oficial, a sede do grupo segurador, numa das principais avenidas da capital, foi inaugurada em 1968, altura em que estavam integrados vários serviços naquele espaço, incluindo um hospital. A inauguração aconteceu seis anos antes do 25 de Abril de 1974, que acabou por levar à retirada da seguradora da família Espírito Santo, para onde só voltaria no início dos anos 90.
A Tranquilidade pertencia à área financeira do Grupo Espírito Santo e acabou por ficar numa frágil situação financeira quando, na altura da derrocada do grupo em 2014, financiou empresas do ramo não financeiro. Depois, na resolução ao BES, ficou, no âmbito de um penhor, nas mãos do Novo Banco (também com a sede na Avenida da Liberdade), que vendeu a seguradora ao fundo americano Apollo por 40 milhões de euros - mais perto de 150 milhões para capitalização da empresa.
Depois de ter ficado com a seguradora ligada ao BES, a Apollo está em processo de compra da Açoreana, associada ao Banif. Não tem havido novidades sobre esta operação anunciada pelo regulador dos seguros, a ASF, em Fevereiro. Havia um pré-acordo de venda e capitalização, cujos contornos (nomeadamente o preço) não foram divulgados. O fundo americano também esteve na corrida pelo Novo Banco, abortada em Setembro do ano passado.
Nova regulação leva a venda de activos
Em declaração por escrito, a seguradora não confirma a venda de nenhum imóvel, apenas o seu estudo. "A Tranquilidade está a analisar oportunidades de optimização do seu portfolio imobiliário, sem que neste momento qualquer decisão ainda tenha sido tomada em relação a activos imobiliários específicos", indica.
Uma análise que é feita para a empresa manter os rácios de solvência à luz do novo regime de regulação nos seguros, que entrou em vigor no início do ano, designado de Solvência II. "Os investimentos em acções e imobiliário passaram a ter cargas de capital muito mais elevadas do que outras tipologias de investimentos pelo que qualquer gestão prudente deve ajustar o seu portfolio para ter os activos mais adequados ao novo regime de solvência II", assinala ainda a Tranquilidade na declaração.
(Notícia actualizada às 18:11 com posição da Tranquilidade)