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Santa Casa "não tem intenção rigorosamente nenhuma em relação ao Montepio"

Em relação ao Montepio, Santana Lopes é taxativo: "não se invente". Diz que a Santa Casa está a estudar o dossiê Montepio, depois de o Governo se mostrar favorável a que a SCML entre no capital do banco, mas nada mais do que isso.

Miguel Baltazar/Negócios
Negócios 05 de Abril de 2017 às 21:49
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Na sua coluna de opinião no Negócios, Pedro Santana Lopes, que lidera a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML), é mais peremptório do que no comunicado divulgado esta quarta-feira por aquela entidade. Sobre a sua eventual entrada no Montepio, diz que não se deve andar a inventar o que não existe.

 

"Vivemos num tempo em que, nomeadamente no online, todos os dias se escreve sobre tudo e às vezes mesmo sobre aquilo que ainda não existe. Entendo dever aproveitar este espaço para frisar bem que a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa não tem intenção rigorosamente nenhuma em relação ao Montepio", sublinha Santana Lopes.

 

"Quando cheguei à SCML há quase seis anos, o Montepio era talvez o principal parceiro financeiro da Santa Casa. Entendeu a Mesa de então, de que eu era primeiro responsável, diversificar esses laços, mas isso em nada diminuiu o propósito de trabalhar em conjunto com aquela também antiga instituição, nomeadamente na área do empreendedorismo social – projetos com potencial ainda por explorar. Em conjunto com o Montepio e com a Caixa de Crédito Agrícola Mútuo, desenvolvemos projectos comuns, que com o Montepio já vinham de antes da minha chegada a estas funções", refere.

 

Mas, além disto, "a SCML nada tem que ver com o Montepio, seja com a Associação Mutualista, seja com a Caixa Económica", frisa Santana Lopes.

 

"Além das conversas que referi do ano passado, não houve nenhuma reunião com mais ninguém. E agora que este assunto tem estado na agenda, sobre uma eventual entrada de organizações do sector social no capital da Caixa Económica, o único dado a acrescentar é o facto de o ministro Vieira da Silva ter admitido que poderia ser interessante a participação de organizações desse sector económico no capital da Caixa Económica do Montepio", afirma o provedor da Santa Casa.

 

"Da minha parte não houve uma única conversa, reunião ou sequer leitura de documentos depois de se ter conhecido essa posição ministerial. Afirmei, e mantenho, que a partir do momento em que o ministro que tem a tutela da SCML exprime ou admite essa possibilidade, a Santa Casa tem a obrigação, não de rejeitar in limine essa possibilidade, mas de a estudar", salienta ainda Santana Lopes, acrescentando que cada ministro tem direito a falar à Santa Casa aquilo que considera mais importante. "Desde que estou nestas funções já lidei com dois ministros e tenho bem presente as diferenças nos assuntos que os motivam".

 

Santana Lopes alude, assim, às declarações de Vieira da Silva, ministro da Segurança Social, que vem dizendo ver com bons olhos a associação da Santa Casa e de outras instituições da área social à Caixa Económica Montepio.

 

O provedor da Santa Casa conclui dizendo que tem o ministro Vieira da Silva na conta de uma pessoa muito responsável que nunca pediria à Santa Casa para entrar numa aventura. "Por isso mesmo, também a obrigação acrescida de estudar uma possibilidade por ele aventada. Tudo o que vá para além disto é pura especulação e, por isso, não se tente criar títulos de facto consumado, do género o "Negócio Santa Casa/Montepio", a propósito de uma ida de Vieira da Silva à Assembleia da República", remata.

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