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Santa Casa não fala do Montepio mas avisa: "não entra em aventuras"

Sem alguma vez referir a hipótese de entrar no Montepio, a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML) vai avisando que "nunca assume riscos indevidos". Em 2016, a entidade teve resultados positivos de 21,1 milhões de euros.

Bruno Simão/Negócios
05 de Abril de 2017 às 19:43
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Depois de o ministro da Segurança Social ter sido convocado para comparecer na Assembleia da República para explicar a eventual hipótese de a Santa Casa entrar no Montepio, é a própria entidade liderada por Pedro Santana Lopes que deita água na fervura.

Tendo Santana Lopes anteriormente assumido ao Negócios que "se o Governo manifesta essa intenção, a Santa Casa tem a obrigação de estudar o dossiê", a Santa Casa começou a estudar o assunto.

Mas agora vai mostrando cautelas, apesar das declarações de Vieira da Silva, ministro da Segurança Social, que vem dizendo ver com bons olhos a associação da Santa Casa e de outras instituições da área social à Caixa Económica Montepio.

A SCML, em comunicado, sem nunca fazer referências ao Montepio, vem agora dizer que "sempre consciente da sua missão e valores, a SCML não entra em aventuras e analisa escrupulosamente todos os eventuais projectos ou investimentos de potencial interesse, nomeadamente propostas apresentadas pela tutela ou pelo Governo, sempre com vista à defesa dos interesses da instituição e daqueles que dela beneficiam diariamente".

É sua obrigação estudar e ponderar as parcerias, o que, acrescenta, "não implica necessariamente a sua concretização, já que a Misericórdia de Lisboa nunca assume riscos indevidos, porque não é essa a sua vocação nem é essa a sua natureza".

É a essa gestão que atribui os resultados que agora apresenta.

A Santa Casa da Misericórdia de Lisboa apurou resultados líquidos em 2016 de 21,1 milhões de euros, superiores em 15,3 milhões de euros face a 2015, e superiores em 30 milhões de euros face ao orçamentado.

"Este acréscimo justifica-se, essencialmente, por um controlo eficaz da despesa, nomeadamente em compras, fornecimentos e serviços externos, e deve-se igualmente a uma variação positiva da distribuição dos resultados dos Jogos Sociais, mais 23,6 milhões de euros em relação ao período homólogo (+13,4%) e mais 36,7 milhões de euros face ao previsto em orçamento".

Nas compras e nos fornecimentos e serviços externos, a entidade reduziu o valor em 4,1%, totalizando 56,4 milhões. 

O investimento foi, em 2016, de 30,5 milhões, acrescenta o comunicado, no qual se revela que os números de 2016 mereceram já parecer positivo do conselho de auditoria da Misericórdia de Lisboa. 

Citada no comunicado, a administração da Santa Casa "congratula-se com os resultados alcançados em 2016, fruto de uma gestão rigorosa e criteriosa, onde, por um lado, tem procurado diversificar fontes de receita e, por outro, proceder a investimentos sustentáveis que terão impacto directo na melhoria da qualidade de vida de milhares de pessoas e no reforço do apoio aos que mais necessitam".

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