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Salgado pede direito ao contraditório e “defesa com mínima igualdade de armas”

O antigo banqueiro reage à auditoria forense defendendo que sempre contribuiu para a descoberta da verdade mas que tal só acontecerá efectivamente quando tiver direito ao contraditório, o que, considera, ainda não aconteceu.

Miguel Baltazar/Negócios
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Ricardo Salgado espera que possa vir a ter um "efectivo direito ao contraditório". É assim que o antigo banqueiro reage à divulgação de conclusões do primeiro bloco da auditoria forense determinada pelo Banco de Portugal aos últimos meses de vida do Banco Espírito Santo.

 

"O Dr. Ricardo Salgado manterá o comportamento de não interferir ou condicionar o trabalho da Comissão Parlamentar de Inquérito ou quaisquer procedimentos de averiguação que estejam em curso, esperando, obviamente, que um dia lhe venha a ser dado um efectivo direito ao contraditório e a uma defesa com a mínima igualdade de armas", indica um comunicado do antigo presidente do líder do BES, enviado esta quinta-feira, 5 de Março.

 

Segundo o documento feito pela Deloitte, Ricardo Salgado terá liderado uma gestão que desobedeceu ao Banco de Portugal 21 vezes em sete meses, além de ter praticado quatro actos dolosos de gestão danosa.

 

Contudo, só quando tiver direito ao contraditório, é que o antigo banqueiro acredita que "se chegará, finalmente, à descoberta da verdade sobre as razões que levaram ao desaparecimento do BES, não baseadas em pré-juízos ou conclusões pré-determinadas".

 

"O comportamento do Dr. Ricardo Salgado na abordagem de questões que estejam a ser discutidas no âmbito da comissão parlamentar de inquérito ou investigadas pelas autoridades competentes tem-se pautado pelo mais estrito cumprimento das regras e princípios institucionais", adianta ainda o mesmo comunicado.

 

Quando esteve na comissão parlamentar de inquérito, questionado sobre se havia colaboradora com a auditoria forense, Salgado respondeu que "os serviços do banco a quem se destinava a auditoria forense certamente colaboraram, porque eram as instruções normais". Contudo, deu a entender que não teria colaborado com a mesma, até porque, diz, ela contribuiu para o colapso do banco. 

 

A auditoria forense, realizada pela Deloitte a pedido do Banco de Portugal, olhou para o período compreendido entre Dezembro de 2013 e Julho de 2014, tentando perceber se a gestão liderada por Ricardo Salgado cumpriu as determinações do Banco de Portugal. Há indícios de que tal não aconteceu e que há mesmo possibilidade criminal, de acordo com as conclusões da primeira parte da auditoria, que chegou esta quarta-feira ao inquérito parlamentar. 

 

(Notícia actualizada com mais informações às 13h06)

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