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Ricardo Espírito Santo diz estar disponível para presidir ao BES se accionistas apoiarem (act.)

O presidente do Espírito Santo Investment Bank Brasil, Ricardo Abecassis Espírito Santo Silva, afirma estar disponível para suceder a Ricardo Salgado na presidência do BES, caso os accionistas o apoiem para o cargo.

Miguel Baltazar/Negócios
12 de Fevereiro de 2014 às 17:16
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"Estou sempre disponível aos desafios que se me apresentem, se os accionistas assim o quiserem", afirmou Ricardo Abecassis Espírito Santo Silva (na foto) esta quarta-feira à Lusa, durante um seminário em São Paulo, no Brasil, quando questionado sobre uma eventual escolha para suceder a Ricardo Salgado.

 

Ricardo Abecassis Espírito Santo Silva, herdeiro do segundo ramo mais forte da família Espírito Santo, disse que a sucessão "é um processo que se conversa internamente no grupo, mas não há pressão e nem data" para ocorrer.

 

Após terem sido tornadas públicas tensões entre Ricardo Salgado e o presidente do BES Investimento, José Maria Ricciardi, no ano passado, o nome de Ricardo Abecassis Espírito Santo Silva tem sido apontado como uma opção para a presidência do banco.

 

Ao assumir-se candidato à sucessão de Salgado, Ricardo Abecassis Espírito Santo mostra que o segundo ramo mais forte da família, liderado por José Manuel Espírito Santo, também tem um candidato à liderança do BES. Este braço familiar é o segundo maior accionista da Espírito Santo Control, a "holding" que concentra as participações do clã no grupo, com uma posição de 18,53%.

 

Acima do "family office" liderado por José Manuel Espírito Santo está apenas o ramo liderado por Maria do Carmo Moniz Galvão Espírito Santo, que tem 19,37% da ES Control. Já os braços de Salgado e Ricciardi têm posições de 17,05% e de 17,84%, respectivamente.

 

Ricardo Abecassis Espírito Santo Silva participou esta quarta-feira no seminário 'Oportunidade em Portugal: Golden Visa e o regime do residente fiscal não habitual', organizado por dois escritórios de advogados em São Paulo, no qual falou sobre a economia portuguesa. De acordo com o responsável, a economia do País está a recuperar e a dar sinais de confiança aos investidores estrangeiros. 

 

Ricardo Espírito Santo Silva realçou a diminuição da dependência de Portugal em relação à troika e o bom momento das exportações, que têm vindo a diversificarem-se para países africanos e China.

 

A "guerra da sucessão"

 

A sucessão de Ricardo Salgado à frente do Banco Espírito Santo tem feito correr muita tinta nos meios de comunicação social. O tema foi aberto na reunião do Conselho Superior do Grupo Espírito Santo (GES) de 7 de Novembro de 2013. Neste encontro, José Maria Ricciardi tomou a iniciativa de destituir de Ricardo Salgado. A reunião termina com o apoio da família a Salgado e com a derrota de Ricciardi. Mas o caso não fica por aqui. 

 

Os primos celebram um acordo de paz táctico a 12 de Novembro. Mas dentro do GES há a convicção de que o aparente recuo de cada um dos primos não sara a clivagem que há meses tem alimentado a tensão entre os dois banqueiros. Para já, o desfecho da guerra fica adiado para a Primavera de 2016, altura em que deverá ser eleito o sucessor de Salgado.  

 

Vários nomes têm sido avançados como possíveis sucessores de Salgado, sobretudo gestores da própria família Espírito Santo. Desde logo, o de José Maria Ricciardi, 59 anos, o único dos "candidatos" familiares com experiência na gestão do topo do BES. No entanto, o banqueiro terá inviabilizado a sua escolha, ao avançar com uma iniciativa destinada a precipitar a sucessão de Salgado, expondo uma fractura na família.

Na lista de soluções familiares estão Ricardo Abecassis Espírito Santo, o responsável pela operação do grupo no Brasil que está de regresso a Portugal, e Bernardo Espírito Santo, membro da alta-direcção do BES mas que não pertence à sua Comissão Executiva.

 

Qualquer um destes dois nomes implicaria uma mudança no ramo da família que lidera o banco, de Ricardo Salgado, para o grupo familiar de José Manuel Espírito Santo. Já a ascensão de Ricciardi atribuiria a liderança ao seu ramo, cujo patriarca, o comandante Ricciardi, é presidente não executivo do BES.

 

Disciplina de silêncio

 

As declarações de Ricardo Abecassis Espírito Santo Silva não deixam de surpreender por surgirem numa altura em que a família Espírito Santo está em "disciplina de silêncio" sobre a sucessão de Ricardo Salgado.

 

A 13 de Novembro o Negócios noticiou que o ordem dentro da família Espírito Santo era de recolher para fazer o controlo de danos da guerra aberta nos dias anteriores – e preparar o desenlace do conflito de forma discreta.

 

(Notícia actualizada às 21h11)

 

Os rostos dos conflitos

 

Adversários e aliados do líder do BES gravitam à volta de Ricardo Salgado numa teia de relações intrincadas.

 

 

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