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Proposta da Apollo pelo Banif podia chegar aos 200 milhões mas tinha três condições

A Apollo poderia reverter a aquisição do Banif ou baixar o preço proposto caso não se cumprissem determinadas condições. Uma delas era a aprovação por um comité do fundo que poderia rejeitar a proposta.

Miguel Baltazar
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A última proposta que a Apollo fez pelo Banif podia ascender aos 200 milhões de euros, acima dos 150 milhões pagos pelo Santander Totta. Contudo, havia três condições que poderiam ditar a inviabilidade do negócio, segundo explicou Gustavo Guimarães, no Parlamento, ao que apurou o Negócios.

 

A audição de Gustavo Guimarães, consultor sénior do grupo Apollo, dono da Tranquilidade, foi esta terça-feira, 24 de Maio, realizada à porta fechada, por questões de confidencialidade. No depoimento que deixou na comissão de inquérito, segundo informações recolhidas pelo Negócios, o gestor explicou que o grupo americano, que representa vários tipos de investidores, entrou no processo de compra do Banif por convite da N+1, a consultora espanhola que estava a assessorar o Banif.

 

A proposta inicial da Apollo foi apresentada na madrugada de dia 19 de Dezembro e era não vinculativa – o motivo pelo qual o Governo e o Banco de Portugal explicaram para não ser aceite no concurso de venda. Havia a possibilidade de capitalização em 250 milhões de euros, que poderia ser um investimento feito em parceria com investidores privados interessados. A oferta visava um preço entre os 100 e os 150 milhões de euros pelo Banif mas havia uma possibilidade: no prazo de dois anos, o fundo poderia devolver crédito malparado até 1,5 mil milhões de euros.

 

Aliás, uma das três condições definidas na proposta era que a Direcção-Geral da Concorrência da Comissão Europeia aprovasse esta eventual retransmissão de activos para a esfera do Estado. Além disso, a Apollo queria fazer uma "due dilligence" posterior à aquisição, um processo de análise criteriosa do que iria comprar, para confirmar o processo. Também pretendia sujeitar a oferta à aprovação do comité que analisa os investimentos, ou seja, podia voltar atrás se houvesse chumbo.

 

A proposta seguiu mas ao longo de 19 de Dezembro – apesar de estar já em preparação a resolução (implicando a venda com perdas para accionistas e credores com dívida subordinada) – foi pedida uma nova proposta. A Apollo subiu o intervalo de preço: o montante poderia variar entre os 100 e os 200 milhões de euros. Mas as três condições mantiveram-se.

 

A oferta não avançou. O Santander, o Popular e a JC Flowers também tinham apresentado propostas - o presidente da administração do Popular, Carlos Álvares, remeteu todas as decisões de aquisição para Madrid, pelo que não deu muitas respostas aos deputados. O  processo de venda do Banif não seguiu em frente e avançou sim a resolução já que todas implicavam a ajuda estatal. Acabou por haver uma resolução a 20 de Dezembro, com a venda por 150 milhões de euros ao Santander Totta e a injecção estatal de 2.255 milhões de euros para a divisão dos activos entre o banco de capitais espanhóis e o veículo Oitante.

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