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Presidente do banco BIC descarta compra do BFA angolano

O presidente do Conselho de Administração do banco BIC afirmou esta sexta-feira que não está em cima da mesa a aquisição, pela instituição, do Banco de Fomento Angola (BFA), no âmbito da OPA dos espanhóis CaixaBank ao BPI.

20 de Fevereiro de 2015 às 10:36
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Questionado pela Lusa, em Luanda, Fernando Teles classificou como especulativas as notícias que têm vindo a público, dando conta dessa possível aquisição e fusão de dois dos maiores bancos privados angolanos.

 

"Acho que é mesmo especulação. Para já, não está nada previsto", disse à Lusa o administrador do grupo angolano, que controla também o banco BIC português.

 

Ainda assim, e face à regra dos grandes riscos imposta pelo Banco Central Europeu, que afecta o BPI (maioritário na estrutura accionista do BFA), Fernando Teles não descarta o possível interesse da empresária Isabel dos Santos, directamente ou através da operadora angolana Unitel, em reforçar a posição no BFA.

 

É que o regulamento comunitário obriga a que a exposição indirecta em kwanzas do BPI ao Estado angolano e ao Banco Nacional de Angola (dívida pública) passem a ser objecto, para efeitos do cálculo dos rácios de capital do banco português, aos ponderadores de risco estabelecidos pelas regras europeias a partir de 1 de Janeiro de 2015 e à constituição de provisões.

Fernando Teles admite que o projecto do CaixaBank para o BPI - através da Oferta Pública de Aquisição (OPA) lançada esta semana - poderá implicar a "consolidação" do banco em Portugal, sendo necessário um accionista que controle 55% do capital social do BFA para minimizar o cenário provocado pelas directrizes comunitárias.

 

"Esse accionista pode ser eventualmente a Unitel ou a engenheira Isabel dos Santos", apontou Fernando Teles.

 

Uma alteração na estrutura accionista do BFA introduzida em 2008 teve como consequência a venda de 49,9% do capital daquele banco, pelo BPI, à Unitel, empresa participada pela empresária Isabel dos Santos.

 

Por sua vez, Fernando Teles é dono de 37,5% do banco BIC, a que se junta mais 5% que tem distribuído pelos restantes administradores. Esta parcela totaliza 42,5%, o mesmo valor atribuível à empresária Isabel dos Santos no banco angolano.

O banco espanhol CaixaBank anunciou na terça-feira uma OPA à maioria do capital do BPI por 1,329 euros por acção, num total de 1,082 mil milhões de euros.

 

O CaixaBank é já o maior accionista do BPI, contando com quatro membros no Conselho de Administração do banco português, seguindo-se a empresária angolana Isabel dos Santos, através da Santoro, com 18,6%, e o Grupo Allianz, com 8,4%.

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