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Paulo Macedo: "A Caixa quer e tem de crescer em crédito"

O rácio de transformação da Caixa Geral de Depósitos tem de aumentar, senão "dificilmente" o banco será rentável, diz o presidente do banco público.

Miguel Baltazar/Negócios
12 de Abril de 2017 às 19:40
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A Caixa Geral de Depósitos tem de crescer na concessão de novo crédito. Quem o diz é o presidente da comissão executiva da instituição financeira. Sem isso, não há retorno para o accionista.

 

"A Caixa hoje tem um rácio de transformação de 90%, que não vai gerar rentabilidade", declarou Paulo Macedo na comissão de Orçamento, Finanças e Modernização Administrativa.

 

O rácio de transformação mede o peso dos créditos sobre os depósitos: actualmente, o volume de depósitos é superior ao de crédito. Situou-se em 90,6% em Dezembro de 2016 mas Macedo quer elevá-lo até perto de 100%, sendo que não poderá nunca ter um volume de crédito superior ao das poupanças captadas junto dos clientes (acima de 100%), devido ao acordo com a Direcção-Geral da Concorrência da Comissão Europeia.

"Mas uma coisa é ter 90% ou 88%, outra é ter 98%. Com 90% dificilmente o banco é rentável", frisou. Para aumentar o rácio, ou diminuem-se os depósitos ou aumentam-se os créditos. 

 

Segundo o líder do banco público, "a Caixa quer e tem de crescer em crédito". "Claramente tem de crescer em crédito", continuou Paulo Macedo, admitindo, contudo, que não se podem cometer os "erros do passado". É preciso uma "política de maior rigor".

 

"A Caixa tem liquidez, tem capital e tem crédito novo para conceder", concluiu o presidente do banco público na comissão parlamentar, para onde foi convocado para falar dos prejuízos de 1.859 milhões de euros em 2016.

 

Em relação ao futuro, o banco quer crescer nos empréstimos às pequenas e médias empresas e no crédito especializado, como o "leasing" e o "factoring", passando a ter um maior foco na área de risco do que na área comercial no modelo de crédito concedido.

 
Entre Janeiro e Março deste ano, a CGD foi capitalizada com 3,9 mil milhões de euros com dinheiros públicos (2,5 mil milhões injectados, 1,4 através da conversão dos CoCos e integração da Parcaixa). Em 2012, o banco estatal tinha recebido uma capitalização de 1,65 mil milhões de euros.  

(Valor da capitalização corrigido às 21:17; corrigida igualmente uma gralha no terceiro parágrafo)


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