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Macedo: "A necessidade de capitalização da Caixa não vem só das imparidades. Seria sempre necessária"
O presidente executivo considera que as exigências regulatórias e os prejuízos passados juntam-se às imparidades para crédito para justificar a capitalização de 3,9 mil milhões de euros. Macedo rejeita que tenha havido capitalização em excesso.
Paulo Macedo defende que a capitalização da Caixa Geral de Depósitos teria sempre de acontecer, havendo ou não um reconhecimento de 3.000 milhões de euros de imparidades, como aconteceu nas contas de 2016.
"A necessidade de capitalização não vem só das imparidades", disse o presidente executivo do banco público na comissão de Orçamento, Finanças e Modernização Administrativa, esta quarta-feira, 12 de Abril.
Nas contas de 2016, o banco teve prejuízos de 1.859 milhões de euros, penalizados pela constituição de imparidades de 3.000 milhões de euros para cobrir eventuais perdas futuras em crédito e outros activos.
Segundo Macedo, há também "novas exigências" da regulação e almofadas de capital que são exigidas à Caixa obrigatoriamente mas que, agora, são apenas facultativas.
Além disso, sublinhou o antigo ministro da Saúde, "a CGD tem prejuízos nos últimos seis anos. A sua capitalização, a uma entidade que não gera lucros, acaba sempre por ter de ser feita".
"A capitalização seria sempre necessária. Há várias componentes que levam à necessidade da capitalização", conclui Paulo Macedo nas declarações aos deputados.
Macedo rejeita capital a mais
"A Caixa não apresenta capital a mais. Tem diversos factores de risco que têm impacto neste banco, como nos outros", acrescentou ainda o gestor.
Entre Janeiro e Março deste ano, a CGD foi capitalizada com 3,9 mil milhões de euros com dinheiros públicos (2,5 mil milhões injectados, 1,4 através da conversão dos CoCos e integração da Parcaixa. Em 2012, o banco estatal tinha recebido uma capitalização de 1,65 mil milhões de euros.
"Os bancos pediram capital em excesso não é uma coisa positiva", disse Paulo Macedo, rejeitando, então, que isso tenha sido feito com o banco público, como acusa a direita.
Para o líder da CGD, o tema em discussão é outro, deixando essa afirmação para os deputados que têm criticado o fecho de balcões: "A questão que se devia colocar é como é que se vai fazer o retorno para o accionista".
"É indispensável que haja maneiras de a Caixa gerar resultados e gerar resultados positivos, para desde logo cumprir o pressuposto da capitalização".