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O elogio a Horácio Roque na comissão de inquérito ao Banif

Horácio Roque era um homem com "H grande", defende o antecessor de Jorge Tomé na presidência executiva do Banif. Carlos Duarte de Almeida ainda guarda memórias de lições do comendador.

Pedro Elias
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A comissão de inquérito ao Banif tem sido marcada por críticas à situação do banco na crise financeira pós-2007, ainda sob o comando de Horácio Roque. Numa das últimas audições do trabalho parlamentar, veio o elogio ao comendador.

 

Foi da boca de Carlos Duarte de Almeida que saíram as palavras de louvor: "Um homem com H grande, que nos levou de uma caixa económica falida para um grupo que, no final de 2010, contava com mais de 1 milhão de clientes", disse na intervenção inicial na sua audição desta terça-feira, 31 de Maio.  

 

Para falar sobre o espírito que se vivia no banco, onde trabalhou durante 23 anos, Duarte de Almeida socorreu-se de palavras do fundador do banco. "Tudo o que hoje é grande, já um dia foi pequenino, dizia-nos o comendador, para dizer que havia, ainda, um longo caminho a percorrer", contou aos deputados, numa audição em que invocou o direito à imagem para não ser fotografado nem filmado.

 

"O grupo imprimia em todos nós a força de acreditar", declarou ainda Carlos Duarte de Almeida, presidente executivo do banco entre 2010 e 2012, quando foi sucedido no cargo por Jorge Tomé, fazendo uma referência ao lema do banco e da publicidade mais conhecida – aliás, a cor do Banif era da paleta do roxo, cor escolhida par a gravata que o antigo gestor usou na audição.

 

"Tenho muito orgulho em ter pertencido ao grupo Banif", afirmou Duarte de Almeida. Horácio Roque fundou o banco a partir da falida Caixa Económica do Funchal em 1988 e ficou na sua liderança até 2010, ano em que faleceu. Duarte de Almeida entrou na instituição financeira em 88, com responsabilidades pelo pelouro financeiro, tendo saído em 2012. Foi substituído na liderança executiva por Jorge Tomé (Joaquim Marques dos Santos, o presidente da administração, deu lugar a Luís Amado).

 

Nessa altura, Duarte de Almeida teve hipóteses de ir para a Rentipar Financeira, a sociedade de herdeiros de Horácio Roque. "Ao escolherem o CEO e o novo ‘chairman’, a Rentipar Financeira entendeu que estava na altura de fazer um corte com o passado do grupo. Como tal, a Rentipar Financeira não era o local ideal para continuar a minha carreira".

 

Morte de Horácio Roque prejudicou grupo

 

Carlos Duarte de Almeida sublinhou, na sua audição, que a morte de Horácio Roque, em 2010, prejudicou o banco. "Por vários meses, faltou uma orientação estratégica para antecipar dificuldades", disse.

 

"Com ele a nosso lado, não estaríamos muito provavelmente aqui", frisou o antigo responsável pela instituição financeira. 

 

Até aqui, muitas têm sido as vozes críticas à estratégia do banco sob o comando de Horácio Roque, com acusações de que houve um plano de expansão nacional e internacional concretizado de forma pouco prudente.

Sobre as críticas a essa estratégia, Duarte de Almeida avançou que era "muito difícil" convencer Horácio Roque que "para crescer mais tinha de parar um bocadinho e organizar-se".

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