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Moreira Rato aceitou ir para o BES porque não tinha vontade de "voltar a emigrar"
Estava no IGCP e, em Julho de 2014, acreditava que o regresso de Portugal aos mercados tinha "bases sólidas". Por isso, aceitou ir para o BES. Não queria sair do país.
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João Moreira Rato saiu da agência que gere a dívida pública para o Banco Espírito Santo porque tinha noção que o seu trabalho estava a acabar e não queria voltar a emigrar.
"O regresso da República Portuguesa aos mercados estava já estabelecido em bases sólidas. Sendo minha vontade não voltar a emigrar, o desafio profissional que Vítor Bento me apresentava era uma boa oportunidade profissional", afirmou Moreira Rato na audição desta quarta-feira, 4 de Fevereiro.
Na comissão parlamentar de inquérito, Moreira Rato contou que foi convidado por Vítor Bento para administrador com pelouro financeiro do BES a 4 de Julho. O projecto era o de fazer um "turnaround", uma reviravolta, no banco, que estava em situação delicada.
Assim, a 14 de Julho, João Moreira Rato entrou no banco numa equipa liderada por Bento e com contava também com José Honório. "O fortalecimento da equipa com José Honório só veio confirmar esta nova missão".
Assim, saiu do IGCP, a entidade que gere a dívida pública e onde estava desde 2012. Antes disso, esteve no Morgan Stanley, na Nau Capital (que pertencia à gestora de fundos ESAF do EBS) e Lehman Brothers.
Em Setembro de 2014, Moreira Rato demitiu-se, juntamente com os restantes administradores, por discordar da venda rápida do Novo Banco – tal como Bento e Honório já afirmaram na comissão, e foi repetido pelo antigo presidente do IGCP, a ideia que tinham era o de que seria possível seguir um projecto com o Novo Banco e que o mesmo não precisaria de ser vendido e deixar de funcionar.