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CEO sai da Efacec ao fim de nove anos de liderança

Ângelo Ramalho, o homem que Isabel dos Santos escolheu para CEO da Efacec, quando a empresária adquiriu a empresa em 2015, assegurou a liderança e a continuidade da companhia em três fases distintas e com três acionistas diferentes, saindo agora que a mesma é detida por um fundo alemão.

O grupo Nov (ex-Lena) acaba de perder uma ação judicial intentada na Argélia contra a empresa liderada por Ângelo Ramalho.
Ângelo Ramalho. Paulo Duarte
09 de Julho de 2024 às 16:39
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Entrou para a liderança executiva da Efacec pela mão da empresária angolana Isabel dos Santos, permaneceu no cargo quando a empresa foi nacionalizada, tendo ainda aguentado mais nove meses como CEO de uma companhia que passou, em novembro passado, para o universo do fundo alemão Mutares.

Ao fim de quase nove anos de liderança da Efacec, Ângelo Ramalho irá abandonar o cargo de CEO da empresa a 31 de julho, passando Christian Klingler a acumular, interinamente, a função de presidente executivo com a de "chairman" do grupo sediado em Leça do Balio.

"Foi um privilégio servir na Efacec. Foi um caminho com inúmeros desafios, entre os quais um período de grande incerteza e turbulência, que conseguimos, em conjunto, ultrapassar. E com isso ficámos mais fortes. Com o novo acionista, criámos as condições de base para o futuro da empresa. Agora o tempo é outro, de novos estímulos e de novos desafios para a Efacec e para mim", afirma Ângelo Ramalho, em comunicado.

Já Christian Klingler considera que "a visão e liderança de Ângelo Ramalho à frente dos destinos da Efacec foram fundamentais para manter a empresa viva em alguns dos seus momentos mais desafiadores, permitindo-lhe ter um futuro promissor".

 

"O seu apoio durante todo o processo de transição, que estamos a concluir, foi igualmente fundamental para o seu sucesso, agora que começamos a ver resultados operacionais positivos", afiança o "chairman" da Efacec.

"Ângelo Ramalho garantiu que a empresa preservasse as suas competências"

Foi em outubro de 2015, quando a empresa passou para a mãos de Isabel dos Santos, que Ângelo Ramalho iniciou o mandato de CEO da Efacec, tendo assegurado a liderança e a continuidade da empresa em três fases particularmente distintas e com três acionistas diferentes.

 

"Sob a sua liderança, a Efacec enfrentou e superou um dos maiores desafios da sua história de 75 anos, na sequência dos impactos decorrentes da crise acionista. No período de maior dificuldade e complexidade, garantiu que a empresa preservasse as suas competências, permanecendo atrativa para investidores de conhecida relevância mantendo a paz social apesar da envolvente mediática", enfatiza a companhia, ainda no mesmo comunicado.

 

"Durante os seus nove anos em função, a Efacec reorientou o negócio para segmentos de maior valor e para mercados mais desenvolvidos e de menor risco, promovendo uma cultura de eficiência e sustentabilidade. Simultaneamente, continuou a inovar, sendo publicamente reconhecida por isso, através do desenvolvimento do seu portefólio de tecnologias e de produtos", enaltece a empresa.

"Em nome de toda a organização, o conselho de administração da Efacec agradece, profundamente, a Ângelo Ramalho o compromisso, competência, determinação e capacidade de liderança demonstradas ao longo do seu tempo na empresa, desejando-lhe o maior sucesso no seu futuro pessoal e profissional", conclui.

Estado injeta mais 160 milhões após ter metido 200 milhões na Efacec 

 

Nacionalizada em 2020 aquando do escândalo "Luanda Leaks", o Estado viria em novembro passado a finalizar a venda da totalidade do capital da Efacec ao fundo de investimento alemão Mutares

 

No âmbito desta transação, o Estado acordou injetar 160 milhões de euros na empresa para pagar a dívida que restava (banca e obrigacionistas), repor fundo de maneio e custos de reestruturação.

 

A estes valores somam-se aos 200 milhões de euros que já tinha injetado na empresa desde a nacionalização. Ainda na esfera pública, o Banco de Fomento detém 35 milhões de euros em obrigações (convertíveis em capital) emitidas pela Efacec.

Atuando na cadeia de valor de energia e mobilidade como fornecedor de soluções e de sistemas integrados EPC ("engineering, procurement and construction") e parceiro de serviços O&M ("Operations & Maintenance"), a Efacec emprega cerca de duas mil pessoas.

 
(Notícia atualizada às 17:12)

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