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"Montepio não pode sentir-se desconfortável" em ter filho de José Guilherme como investidor

Em entrevista na SIC Notícias, António Tomás Correia nega ter emprestado dinheiro ao construtor civil que deu 14 milhões a Ricardo Salgado para investir no próprio Montepio.

Pedro Elias/Negócios
23 de Abril de 2015 às 01:01
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António Tomás Correia diz que o Montepio não pode ter problemas com o facto de ter o filho e um amigo do construtor civil José Guilherme como investidores no seu fundo de participação.

 

"O Montepio não pode sentir-se desconfortável porque [ambos] tinham disponibilidades financeiras e entenderam que aplicar essas disponibilidades em unidades era um bom investimento. Se há risco é da parte do investidor", disse o líder da caixa económica em entrevista na SIC, no programa Negócios da Semana.

 

A Caixa Económica Montepio Geral dispersou unidades de participação do fundo por investidores, no final de 2013. Cada uma foi vendida a 1 euro, rendendo 200 milhões. Na altura, mais de 80% ficou dispersa por 23.916 investidores. Havia, à data, dois titulares com posições de relevo: Paulo Guilherme, que o Público avançou ser filho do construtor civil que deu 14 milhões de euros a Ricardo Salgado José Guilherme, era dono de 9%; Eurico Brito, identificado pelo diário como investidor angolano, era o outro accionista de referência do fundo, com 5,4%.  

 

Tomás Correia negou que tivesse feito qualquer "negociação" para que aquela aplicação fosse feita por parte dos dois investidores. "Não tenho amizade com o Sr. José Guilherme, não tenho nada disso, não foi negociação nenhuma", asseverou.

 

Na entrevista à SIC, o responsável do Montepio também garantiu que não emprestou quaisquer montantes para que as unidades de participação fossem compradas há dois anos.

 

De qualquer modo, e recusando que a caixa económica se pudesse sentir desconfortável, Tomás Correia avançou que "se há algum desconforto é da parte do investidor que pode ter feito o investimento na perspectiva de um rendimento que não tem". As unidades de participação, emitidas a 1 euro, negoceiam agora nos 0,797 euros e atribuem remuneração mediante os resultados da caixa económica, que tem apresentado prejuízos. Além disso, estes títulos não conferem qualquer direito de voto nem na caixa económica nem na associação mutualista com o mesmo nome que a controla.

 

O presidente da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários criticou esta emissão esta semana, embora tivesse aceite a mesma em 2013. De qualquer forma, o Montepio abre a porta a que volte a ocorrer uma nova emissão - é tema a debater na próxima assembleia-geral. O Negócios avança que, a acontecer, os clientes serão afastados já que a operação será reservada a instituições. 

 

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