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Matos Gil acusa CGD de “má gestão” por não ter executado garantias do empréstimo
O presidente da Imatosgil, antiga acionista da La Seda Barcelona, considera que cabia à CGD a “recuperação total do financiamento concedido” à Selenis.
Manuel Matos Gil considera que a Caixa Geral de Depósitos (CGD) poderia ter recuperado a totalidade de um empréstimo de quase 100 milhões de euros caso o banco estatal tivesse seguido as "melhores práticas de gestão" e vendido as ações da La Seda Barcelona, da qual a sua empresa, a Imatosgil, chegou a ser acionista. Estes títulos tinham sido dados como penhor em 2007.
"Estava nas mãos da CGD a recuperação total do financiamento concedido", afirma Manuel Matos Gil na comissão parlamentar de inquérito à gestão do banco estatal, considerando que houve "má gestão" por parte da Caixa por não ter executado na altura as ações do empréstimo.
Em causa está um crédito de quase 100 milhões de euros concedido pela Caixa à Selenis, detida em um terço pela Imatosgil. O objetivo era a participação num aumento de capital da La Seda Barcelona em julho de 2007.
Como garantia do empréstimo, foi constituído um penhor sobre 10,9% das ações da La Seda. E, explica o gestor, a 20 de dezembro de 2007, os títulos deixaram de garantir um rácio de cobertura de 135%, tendo sido proposto à CGD o reforço das garantias, "não tendo sido possível chegar a acordo com o banco".
"A CGD detinha, contratualmente, uma opção de venda das ações em caso de insuficiência das garantias, ou seja, insisto, quando o valor da cotação de tais ações fosse inferior ao referido rácio de cobertura", explica Matos Gil.
Assim, "se naquelas datas e de acordo com as melhores práticas de gestão, a CGD tivesse optado pela venda, teria realizado um encaixe financeiro, respetivamente, de 117 milhões de euros ou de 95,9 milhões de euros".
A execução do penhor acabou por só ocorrer "em data posterior à maturidade do contrato de financiamento, o que se traduziu num encaixe financeiro de cerca de 8 milhões de euros".