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Mark Bourke aponta IPO do Novo Banco para o verão

CEO do Novo Banco enviou uma nota aos trabalhadores em que aponta o IPO para o "final do segundo trimestre ou o final do terceiro trimestre deste ano".

A instituição financeira liderada por Mark Bourke juntou-se à corrida pelas emissões de obrigações cobertas, tendo colocado 500 milhões de euros em títulos a três anos.
Miguel Baltazar
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Mark Bourke já tem uma data em mente para a entrada em bolsa do banco que lidera.

Numa nota interna, no seguimento do "tiro de partida oficial para uma jornada que temos vindo a preparar ao longo dos últimos dois anos", aponta a Oferta Pública Inicial (IPO, na sigla inglesa) para o "final do segundo trimestre ou o final do terceiro trimestre deste ano".

Na carta à qual o Negócios teve acesso e que foi enviada aos trabalhadores horas depois de o banco confirmar em comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) que recebeu indicações da Lone Star para iniciar o processo, Mark Bourke escreve que "este é um marco importante e o tiro de partida oficial para uma jornada que temos vindo a preparar ao longo dos últimos dois anos".

O presidente executivo do Novo Banco acrescenta no entanto que "embora este seja um passo importante, o ‘timing’ efetivo do IPO está ainda dependente das condições do mercado". E garante que seja qual for a janela, o objetivo "continua a ser o de estarmos totalmente preparados e registarmos um desempenho sólido trimestre após trimestre".

A operação deverá colocar até 30% do banco no mercado.

Na quarta-feira a agência Bloomberg avançava que a insittuição financeira selecionou já três bancos para lançar o IPO. O Bank of America Corp., o Deutsche Bank AG e o JPMorgan Chase & Co. vão trabalhar nos preparativos da entrada em bolsa do banco.

O fundo norte-americano detém 75% do capital. O Estado, através da Direção-Geral do Tesouro e do Fundo de Resolução, tem os restantes 25%.

O IPO é o cenário central da instituição financeira, que assim vai iniciar uma nova fase dez anos depois de ter sido criada na sequência da resolução do Banco Espírito Santo. No entanto, a venda direta continua a não estar totalmente afastada. Os CEO das principais instituições financeiras que operam em Portugal nunca colocaram de parte o cenário de compra.

A Caixa Geral de Depósitos e o Caixabank já terão mesmo destacado equipas internas para avaliar o Novo Banco.

A possível venda direta a um concorrente pode, no entanto, levantar questões de concorrência, dada a dimensão da instituição financeira que resulta de uma fusão do Novo Banco com um dos maiores bancos em Portugal. Desde logo se o comprador for o banco público: O Governador do Banco de Portugal afirmou mesmo que o cenário de compra do Novo Banco pela Caixa Geral de Depósitos pode ter efeitos sistémicos.

Por outro lado, uma venda a um banco espanhol - Santander ou Caixabank, dono do BPI - coloca 30% dos ativos do sistema nas mãos de entidades do país vizinho.

Antes da operação - venda ou IPO - o Novo Banco vai distribuir 1,3 mil milhões de euros em dividendos aos atuais acionistas. O Estado, através da direção-Geral do Tesouro e Finanças e do Fundo de Resolução, tem uma participação de 25% que lhe pode valer um encaixe de mais de 300 milhões de euros. O fundo Lone Star, que detém 75%, receberá o restante.

O presidente do Fundo de Resolução afirmou no parlamento que o objetivo é obter receita."Não está na génese do Fundo ter participações estratégicas", constatou Máximo dos Santos. A posição no Novo Banco "é para realizar receita porque temos muito dinheiro a pagar", disse.

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