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"É natural que haja um efeito sistémico no setor" com IPO do Novo Banco
Um reflexo positivo da possível entrada do Novo Banco em bolsa nos títulos do bancos europeus "é absolutamente natural e era previsível", diz Nuno Oliveira Matos, da Associação de Investidores e Analistas Técnicos. "Há um efeito sistémico", sublinha.
A entrada ou possível entrada do Novo Banco em bolsa está a agitar o setor financeiro, o que para Nuno Oliveira Matos, da Associação de Investidores e Analistas Técnicos (ATM), é um bom sinal.
"Vem trazer dinamismo, vem trazer liquidez, atrair uma 'pool' de investidores significativa. Houve já alguns testes por parte do Novo Banco com duas emissões de dívida - uma dívida sénior e uma dívida coberta -, com sucesso, que atraiu já muitos investidores (...) Diria que tudo indica, quando o IPO se concretizar, que haverá também uma atração de investidores, desde logo muitos investidores internacionais", refere em entrevista ao programa do Negócios no canal NOW.
Depois de, no ano passado, terem saído quatro cotadas da bolsa de Lisboa, a entrada do Novo Banco poderá tornar a praça portuguesa mais apetecível para os investidores. Nuno Oliveira Matos lembra que, neste momento, apenas há um banco cotado na bolsa de Lisboa. "É importante ter outro? Absolutamente, absolutamente. Se olharmos um bocadinho e fizermos um 'benchmark' pelas praças europeias com as quais nós comparamos - Madrid, Londres, Paris, Milão - existem múltiplas instituições de crédito listadas, e, portanto, nós éramos das poucas praças desenvolvidas que só tinham um único banco cotado. Indiscutivelmente, isso é bom para a praça portuguesa e, sobretudo, é bom para a economia portuguesa", sublinha.
A possível entrada do Novo Banco em bolsa também está a levar a uma valorização dos títulos do bancos na Europa, o que "é absolutamente natural e era previsível", uma vez que "termos o primeiro IPO de um banco europeu, não só em Portugal, mas também na União Europeia, anima muito o setor bancário, o setor financeiro, portanto, é natural que os títulos da banca europeia valorizem. É natural, existe este efeito sistémico".
O Negócios sabe que está a ser colocada de parte, pelo menos para já, que a operação seja feita noutra praça financeira ou em "dual listing". Para Nuno Oliveira Matos faz todo o sentido que o Novo Banco entre em Lisboa, pois é "um banco com uma tradição, é o herdeiro do Banco Espírito Santo e, portanto, é um banco absolutamente enraizado na estrutura económica e social portuguesa, com raízes aqui em Portugal".
No entanto, Nuno Oliveira Matos considera que "uma dupla cotação poderia, eventualmente, fazer sentido também, porque ampliaria a 'pool' de potenciais investidores. Tornaria, eventualmente, o título mais líquido, mas a decisão é, naturalmente, dos acionistas. Mas poderia fazer sentido uma dupla listagem em Lisboa, e, eventualmente, em Londres, ou noutra praça".