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Mário Centeno diz que Caixa deve ser recapitalizada até Outubro

As condições de mercado para vender o Novo Banco não são as desejáveis, mas a intenção é vender, diz o ministro das Finanças em entrevista à TSF. Já a Caixa deve ser recapitalizada até Outubro, acrescenta.

Rodrigo Gatinho
Negócios 24 de Junho de 2016 às 19:27
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O horizonte com que o Governo está a trabalhar para a recapitalização da CGD, sem pressões de lado nenhum, visam que esta possa decorrer durante o terceiro e até ao princípio do quarto trimestre, disse o ministro das Finanças esta sexta-feira, em entrevista à TSF.

 

Mas há outra linha vermelha no caminho, refere a TSF: "para preservar o impacto no défice", o Governo só fará a recapitalização na medida em que os montantes forem adequados às regras europeias. Estas exigem que a injecção de capital seja classificada como investimento, de modo a ser classificada como "evento de crédito" – não sendo registada no défice –, pelo que o Governo está a trabalhar de modo a acautelar que assim seja.

 

Mário Centeno justifica a auditoria à Caixa, pedida pelo Governo, com a necessidade de que "não restem dúvidas" sobre o banco público. Garante que vai pedir que esta seja "rápida" e sublinha que a estratégia para a CGD não pode parar até que venham os resultados, refere a TSF.

 

"A auditoria da Caixa decorrerá no mandato da nova administração e terá uma necessidade de ser rápida para que estas dúvidas não subsistam", afirmou na entrevista. A nova administração da Caixa, recorde-se, toma posse já em Julho.

 

Mário Centeno também falou sobre o Novo Banco, afirmando que se mantém a intenção de venda, "com várias vias em campo" – leia-se a venda directa ou dispersão em bolsa, refere a TSF. "É bom recordar que existem várias vias no processo de venda do Novo Banco e há que aguardar que essas vias se vão materializando", disse o ministro.

 

"Sabemos que as condições de mercado não são tao favoráveis quanto desejaríamos, mas são as que são e, portanto, temos que aguardar", acrescentou Centeno.

 

Sobre se a banca precisará de um resgate, à semelhança do que aconteceu em Espanha, o governante respondeu que se está a trabalhar "de forma a que as soluções sejam encontradas dentro do sistema bancário", sendo que isso exige que "se libertem recursos para estas dificuldades".

 

"A saída limpa foi curta", disse o ministro, apontando o dedo ao anterior Executivo. E dizer que sobraram seis mil milhões do resgate para o sistema financeiro foi "quase infantil", rematou.

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