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Manuel Pinho ainda é professor na Universidade de Columbia

O patrocínio dado pela EDP apoiou a contratação de professores para a School of International and Public Affairs, além de projectos de estudantes. Manuel Pinho, que ingressou neste patrocínio, ainda é professor, garante a universidade.

Pedro Elias
12 de Junho de 2017 às 16:03
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Manuel Pinho ainda está na Universidade de Columbia para onde foi no âmbito do patrocínio da EDP recebido a partir de 2010. A confirmação sobre a actual situação do antigo ministro da Economia, de 2005 a 2009, foi dada ao Negócios pela própria escola nova-iorquina.

 

"Há alguns anos, a empresa portuguesa EDP fez uma doação à universidade para apoiar aulas, investigação, palestras e conferências relacionadas com o estudo da energia e o ambiente na School of International and Public Affairs (SIPA)", indica Marcus Tonti, director responsável pelas relações externas daquela escola.

 

Segundo a mesma nota enviada após perguntas do Negócios, o contributo dado pela EDP "pagou vários membros do corpo docente da SIPA, inúmeras palestras e projectos estudantis". A universidade não confirma se Manuel Pinho foi ou não envolvido neste âmbito, acrescentando apenas que foi contratado em 2010, ainda que tenha sido já noticiado que essa contratação fora aqui incluída. 

 

Columbia não refere valores, mas a EDP revelou, na semana passada, que o patrocínio dado totalizou 1,2 milhões de dólares entre 2010 e 2014, superando, portanto, a barreira de 1 milhão de euros. A eléctrica presidida por António Mexia refere que foi a própria Universidade de Columbia que sugeriu o nome do ex-governante para o curso de energias renováveis que pretendia implementar na altura.

 

"O professor Pinho tornou-se um membro do corpo docente da SIPA em 2010, estando desde então como professor visitante e docente a tempo parcial; Pinho continua como membro do corpo docente da SIPA cumprindo com os seus deveres", esclarece Marcus Tonti.

 

As doações à universidade nova-iorquina estão a ser investigadas pelo Departamento Central de Investigação e Acção Penal (DCIAP) no âmbito das averiguações aos "factos subsequentes ao processo legislativo bem como aos procedimentos administrativos relativos à introdução no sector eléctrico nacional dos Custos para Manutenção do Equilíbrio Contratual (CMEC)". Os CMEC vieram substituir os contratos de aquisição de energia (CAE), que garantiam uma renda fixa à EDP, sendo que os CMEC, com compensações face ao preço de mercado, visavam garantir uma neutralidade financeira relativamente ao fim desses CAE.

 

Manuel Pinho era o ministro da Economia, com a tutela da energia, quando, em 2007, ficaram estabelecidos os parâmetros para o cálculo das compensações que a EDP poderia receber caso os preços de mercado não compensassem os investimentos feitos nas suas centrais eléctricas.

O ex-ministro não consta da lista de sete arguidos que, neste momento, foram constituídos no inquérito, entre os quais António Mexia, João Manso Neto e Rui Cartaxo.


(Notícia rectificada às 16:20 para corrigir valor do patrocínio da EDP)

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