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Lucros do BPI até setembro deslizam quase 70% para 85,5 milhões

Num período marcado pelo impacto da pandemia sobre a economia, o banco constituiu 100 milhões de euros em imparidades de crédito.

João Cortesão
03 de Novembro de 2020 às 11:02
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O BPI reportou um resultado líquido de 85,5 milhões de euros no conjunto de janeiro a setembro deste ano, uma quebra de 66% em relação aos lucros de 253,6 milhões de euros em igual período do ano passado. Este resultado é registado num período marcado pela pandemia, em que o banco constituiu 100 milhões de euros em imparidades de crédito.

Os resultados foram divulgados esta terça-feira, 3 de novembro, em comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM). Esta quebra dos lucros, justifica o banco, fica a dever-se à atitude de "prudência" que o BPI manteve face ao contexto macroeconómico, que levou a um aumento da constituição de imparidades, mas que foi compensado pelo "forte dinamismo comercial".

Assim, até setembro, o BPI constituiu 100 milhões de euros de imparidades de crédito líquidas, "incluindo imparidades não alocadas decorrentes da revisão do cenário macroeconómico no contexto Covid-19, o que explica a redução do resultado consolidado", pode ler-se no comunicado à CMVM.

Por outro lado, tal como referido, houve uma evolução positiva em termos operacionais. A carteira de crédito total aumentou em mais de 5% e totalizou 25,2 mil milhões de euros, registando-se aumentos tanto no crédito a particulares como a empresas. No caso dos particulares, o crédito à habitação cresceu 5,5% até setembro. Já o crédito a empresas subiu 6,6% no mesmo período.

Ainda em relação ao crédito, no conjunto dos nove primeiros meses do ano, o crédito malparado do BPI continuou a reduzir-se. Neste período, o rácio de "non performing loans" (NPL) fixou-se em 2,3%, abaixo dos 3,1% registados no final de 2019.

Quanto aos depósitos de clientes, estes aumentaram em 11,5% para um total de 25.287 milhões de euros no final de setembro. Os recursos totais de clientes, que contabilizam ainda os ativos sob gestão e as ofertas públicas de subscrição, cresceram 6% e totalizaram 35.954 milhões de euros.

Entre janeiro e setembro, o BPI conseguiu ainda aumentar a margem financeira em 1,4%, para os 330,8 milhões de euros. Em sentido contrário, as comissões líquidas recuaram quase 8% para os 177,5 milhões de euros, contribuindo para uma queda de mais de 5% do produto bancário, que totalizou 490,3 milhões de euros.

Já os custos de estrutura reduziram-se em mais de 3%, para os 326 milhões, enquanto o rácio de "cost-to-income" diminuiu ligeiramente, para os 59,9%.

Quanto à capitalização do banco, o rácio de common equity tier 1 aumentou de 13,4% no final do ano passado para 13,9% em setembro deste ano.

Feitas as contas, o resultado líquido diminuiu em 66% e fixou-se em 85,5 milhões de euros no conjunto dos nove primeiros meses do ano. Deste montante, 47,4 milhões de euros correspondem ao resultado da atividade em Portugal, que já registou uma recuperação no terceiro trimestre. Só entre julho e setembro, o lucro da atividade em Portugal ascendeu a 40,9 milhões de euros.

108 mil moratórias e mais de 700 milhões em linhas de crédito

O BPI tem hoje 108,6 mil contratos abrangidos pelas moratórias, num total de 6.127 milhões de euros, o equivalente a 24% da carteira total de crédito. A larga maioria destas moratórias, superior a 98%, está em "situação regular".

Destas, 43 mil moratórias foram concedidas a contratos de crédito à habitação, enquanto 32,2 mil dizem respeito a crédito pessoal e automóvel e outras 33,4 mil a crédito a empresas. A maioria do montante de crédito abrangido pelas moratórias, superior a 3 mil milhões de euros, é relativa ao segmento de empresas.

Quanto às linhas de crédito garantido pelo Estado, destinado a apoiar as empresas afetadas pela pandemia, o BPI contabiliza 704 milhões de euros em crédito contratado, já aprovado ou ainda em análise para Sociedade de Garantia Mútua.

Notícia atualizada pela última vez às 12h30 com mais informação.
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