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Lucros da Caixa caem para 86,2 milhões. Reforça imparidades em 60 milhões

O banco liderado por Paulo Macedo apresentou, esta quarta-feira, os resultados para os primeiros três meses do ano.

Paulo Macedo dizia em fevereiro que o plano estava a ser cumprido com sucesso.
João Relvas/Lusa
13 de Maio de 2020 às 17:05
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A Caixa Geral de Depósitos (CGD) registou lucros para 86,2 milhões de euros nos primeiros três meses do ano, um valor que representa uma queda de 32% em comparação com os 126 milhões de euros obtidos no mesmo período de 2019.

"O resultado líquido consolidado do primeiro trimestre de 2020 atingiu os 86,2 milhões de euros, (-39,9 milhões de euros face ao mesmo período de 2019), equivalente a um ROE de 4,5% (descida de 2,1 p.p. face ao homólogo)", afirma a CGD num comunicado enviado à CMVM, esta quarta-feira. 

 

O banco adianta que o resultado líquido "inclui um reforço da imparidade de crédito e provisão para garantias bancárias no montante de 60 milhões de euros em antecipação dos efeitos expectáveis da crise económica", devido ao impacto da pandemia de covid-19.

 

"O resultado reflete ainda os primeiros impactos económicos resultantes da pandemia Covid-19 que se começaram a sentir apenas na segunda quinzena de março", nota a instituição financeira, referido que "as medidas resultantes da declaração de estado de emergência originaram uma redução da transacionalidade e da procura de crédito, quer por empresas, quer por particulares". 


Nos primeiros três meses, a margem financeira estrita diminuiu 20,6 milhões de euros, ou seja menos 7,3% face ao período homólogo, "dada a atual conjuntura de taxas de juro, e particularmente os elevados reembolsos antecipados de crédito por parte de entidades públicas ocorridos em 2019, dado o baixo custo de financiamento do Estado", explica a Caixa. 

Já as comissões resgistaram um aumento de 2,3 milhões de euros (+1,9%) face ao período homólogo. Também os resultados de operações financeiras aumentaram em 18,9 milhões de euros, "apesar do impacto negativo verificado no mês de Março, que se refletiu igualmente nos rácios de capital através das reservas de justo valor das carteiras de dívida pública". 

Em sentido inverso seguiram os outros resultados de exploração, que diminuíram 29,4 milhões de euros face ao período homólogo de 2019 (-85,4%), "variação explicada essencialmente pelo impacto positivo nas contas do primeiro trimestre de 2019 da mais-valia resultante da venda do imóvel da Rua do Ouro".

Quanto aos custos de estrutura, estes totalizaram 271,4 milhões de euros em março de 2020, o que se traduziu numa redução de 1,4% face a março de 2019. "Esta evolução positiva foi essencialmente resultado da diminuição dos gastos gerais administrativos (10%)", nota.

Sobre a qualidade dos ativos, a Caixa diz que se manteve a "tendência de melhoria", com o montante de NPL
a reduzir-se face a março de 2019 em 2,3 mil milhões de euros, "em resultado, para além da evolução positiva na componente de curas, das vendas e das recuperações que tiveram também um comportamento favorável". O rácio de NPL atingiu 4,5%, valor que compara com 7,8% observados em março de 2019.

Carteira de crédito cai, depósitos crescem

A carteira de crédito a clientes totalizou 48.008 milhões de euros em termos líquidos, o que correspondeu a uma redução de 5,7%, face ao final de março de 2019.

"De referir que, influenciado pela conjuntura adversa no final do primeiro trimestre do ano, o ritmo de crescimento da nova produção registou um abrandamento. A redução da carteira de crédito foi fortemente influenciada
pelas vendas de NPL’s e pela desalavancagem verificada em empresas públicas ao longo de 2019, tendo no entanto registado uma evolução positiva face a dezembro", nota o banco. 

Já os depósitos aumentaram 2.593 milhões de euros, mais 4% face ao mesmo período do ano passado. 


(Notícia em atualização.)
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