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Lucros da CGD caem para 492 milhões em 2020. Faz provisões de mais de 300 milhões

Os lucros da Caixa Geral de Depósitos recuaram 36,6% em 2020, face ao ano anterior, num período em que teve de constituir mais de 300 milhões em provisões e imparidades para responder ao potencial impacto da pandemia.

A Caixa Geral de Depósitos tinha cerca de 67 mil créditos em moratória no final de janeiro.
Mariline Alves
11 de Fevereiro de 2021 às 17:16
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Os lucros da Caixa Geral de Depósitos (CGD) recuaram para 492 milhões de euros no total de 2020. Um valor que representa uma descida de 36,6% em comparação com o mesmo período do ano passado, num período marcado pelos efeitos da pandemia. 

"Este valor inclui um resultado extraordinário de 51 milhões de euros (depois de impostos) decorrentes de ganhos atuariais nas responsabilidades com benefícios pós-emprego (fundo de pensões e plano médico). Sem a consideração desse resultado e de custos de reestruturação incorridos com a redução do quadro de pessoal e o encerramento da Sucursal de Espanha, o resultado líquido corrente atinge 450 milhões de euros",  afirma a Caixa num comunicado divulgado esta quinta-feira, 11 de fevereiro, na CMVM.


Este resultado é explicado pela constituição de mais de 300 milhões de euros em imparidades de crédito e provisões para garantias bancárias, para responder a potenciais perdas provocadas pela covid-19. A "resposta à pandemia covid-19 impacta os resultados de 2020 pelo reforço preventivo de imparidades e provisões no montante de 309 milhões de euros", refere a instituição financeira. 

Ao longo deste período, o banco do Estado registou uma descida dos custos de estrutura. Totalizaram "835,4 milhões em 2020, o que se traduziu numa redução de 12,4% face ao ano anterior", refere o banco. 

Apesar disto, "a evolução desfavorável do produto global da atividade condicionou o resultado bruto de exploração que se reduziu 128,3 milhões de euros (-14,0%) face ao nível verificado em dezembro de 2019".

Nesse sentido, a margem financeira diminuiu 106,3 milhões de euros (-9,4%) face ao mesmo período do ano anterior, "impactada pelos níveis historicamente baixos das taxas de juro e pela amortização antecipada de crédito a entidades públicas que se verificou em junho e dezembro de 2019", refere o banco. 

Relativamente às comissões líquidas, foi registado um aumento de 0,1%, face ao período homólogo, no banco estatal. 

Mais depósitos e crédito
Os depósitos de clientes aumentaram 6,8 mil milhões de euros na Caixa, uma "evolução essencialmente justificada pela captação da CGD Portugal, impulsionado pelo aumento da taxa de poupança das famílias e demonstrando a confiança e vinculação dos clientes na Caixa", afirma o banco.

Já o stock de crédito a empresas em Portugal (excluindo os sectores de construção e imobiliário, onde se concentra a redução de NPL) cresceu 2,7%.

"Na produção de crédito à habitação a CGD manteve a tendência de aumento da quota de produção que atingiu 22,4% em 2020 e 24,5% no último trimestre, alcançando-se na produção anual um crescimento de 12% face a 2019", refere, por outro lado. 


Nesgte período houve ainda uma melhoria da qualidade dos ativos. O rácio de NPL (crédito malparado) caiu para 3,9%. 


Por outro lado, o rácio de capital CET1 da Caixa, liderada por Paulo Macedo, situou-se nos 18,3%.

67 mil créditos em moratória

A CGD indica ainda, na apresentação divulgada esta quinta-feira, que tem atualmente 67.070 créditos em moratória no final de janeiro, menos 11.114 em comparação com julho do ano passado. 

Deste total, 46.056 são empréstimos de particulares, enquanto 21.014 dizem respeito a empresas. 

Por outro lado, as linhas de crédito para empresas e negócios totalizavam 

13.235 milhões no final de janeiro.


(Notícia em atualização)
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