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Lloyds em máximos de mais de dois anos e meio após resultados positivos

As acções do Lloyds Banking Group, liderado pelo português António Horta Osório, tocaram esta manhã em máximos de mais de dois anos e meio, ao subirem quase 7%, depois de apresentar os primeiros lucros semestrais dos últimos três anos.

Miguel Baltazar/Negócios
01 de Agosto de 2013 às 10:21
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O comportamento matutino das acções do Lloyds, que estão a subir mais de 6%, tendo já tocado em máximos de mais de dois anos e meio, explica-se essencialmente através de três factores chave: os resultados apresentados relativos ao primeiro semestre do ano, a possibilidade de regresso aos dividendos e a cada vez mais provável saída do Governo do capital do banco.

 

As acções sobem 6,03% para 72,60 pence, depois de terem estado a avançar 6,92% para 73,21 pence, o que corresponde ao valor mais elevado desde 13 de Outubro de 2010.

 

O resultado líquido do Lloyds foi de 1,56 mil milhões de libras (1,8 mil milhões de euros) no primeiro semestre do ano, o que compara com um prejuízo de 697 milhões de libras registado em igual período do ano passado, revelou esta quinta-feira o banco, citado pela Bloomberg.

 

Os resultados excluindo itens extraordinários ascenderam a 2,9 mil milhões de libras, superando as estimativas dos analistas consultados pela Bloomberg que apontavam para um valor médio de 2,34 mil milhões de libras.

 

A contribuir para a melhoria dos resultados esteve a descida das imparidades que o banco teve de assumir. As imparidades diminuíram 43% para 1,8 mil milhões de libras. O banco nos últimos anos teve de assumir imparidades elevadas para cobrir perdas com os empréstimos à habitação, bem como empréstimos concedidos à Irlanda.

 

O segundo factor para o bom desempenho dos títulos do banco britânico prende-se com o facto da Bloomberg avançar que o Lloyds poderá voltar a distribuir dividendos, depois do resgate de que foi alvo, em 2009.

 

A meio do mês de Julho, também o Société Générale emitiu uma nota de análise em que afirmou acreditar num "regresso dos dividendos" no sector financeiro europeu, superadas que estão as necessidades de capital. O banco de investimento francês diz mesmo que o retorno das remunerações accionistas deverá triplicar até 2015, antecipando que, em média, a rendibilidade dos dividendos pagos ascenda aos 5,5%.

"Com o crescimento dos balanços anémico, aquisições fora da agenda e os resultados a estabilizar, as condições são para um regresso dos dividendos", defendem os analistas do Société Générale, numa nota de investimento obtida pelo Negócios. ING, Lloyds, KBC e Barclays são os bancos que deverão liderar este movimento de subida dos dividendos no sector europeu, nos próximos dois anos.

 

O terceiro factor está relacionado com a cada vez mais elevada probabilidade do Lloyds se soltar do Estado, através da venda dos 39% de acções que o Tesouro britânico detém no banco.

 

De acordo com o “The Times”, as acções detidas pelo Governo britânico valem mais de 20 mil milhões de euros, o valor que foi emprestado ao banco em 2009, não estando ainda definido se, caso o ministro das Finanças britânico anuncie a venda da participação do Estado, as acções serão vendidas numa só operação ou se será um processo faseado.

 

Desde o dia 17 de Maio que as acções do Lloyds ultrapassaram a barreira dos 61 pence, valor a que o Tesouro britânico revelou ser o limite a partir do qual o dinheiro injectado no banco passaria a ser rentável.

 

Hoje, quinta-feira, as acções do banco estão a ser negociadas nos 72,60 pence, tendo já tocado nos 73,21 pence, o valor mais elevado desde 13 de Outubro de 2010. No último ano, o banco liderado por António Horta Osório é aquele que revela o melhor desempenho na Europa, e o único que duplicou o seu valor, segundo os índices da Bloomberg e do Dow Jones para a banca.

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