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Lesados: Novo Banco devia "trabalhar para cumprir com a sua palavra" e não "ameaçar os seus clientes"

A AIEPC considera que os clientes foram ameaçados pelo Novo Banco, abriu portas a acções judiciais contra iniciativas de lesados. A associação diz que é o próprio Novo Banco que contribui para a queda da sua reputação.

Miguel Baltazar
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Os clientes do Novo Banco com papel comercial do Grupo Espírito Santo defendem que a instituição financeira deveria cumprir a promessa deixada, até Janeiro, de que iria assegurar o reembolso daqueles instrumentos financeiros. É assim que a Associação dos Indignados e Enganados do Papel Comercial (AIEPC) reage ao comunicado da entidade em que diz que poderá adoptar "medidas legais" contra iniciativas que coloquem em causa o seu funcionamento

 

"O Novo Banco melhor fará em ocupar o seu tempo a trabalhar para cumprir com a sua palavra do que ameaçar os seus clientes", diz um comunicado assinado por Ricardo Ângelo, líder da AIEPC, e enviado às redacções.

 

O responsável da associação considera que é "absoluta verdade que existem limites legais e de respeito que em momento algum devem ser ultrapassados", respondendo ao facto de o Novo Banco ter escrito que são "ilegítimas as iniciativas, individuais ou ao abrigo da designada ‘Associação dos Indignados’, que insistem colocar em causa o funcionamento dos serviços do Novo Banco ou atingir a sua reputação e a dos seus colaboradores". A AIEPC diz que tem trabalhado para acalmar os ânimos dos seus membros. 

 

No comunicado, os investidores que se dizem lesados do BES adiantam que "a reputação do Novo Banco e dos seus colaboradores há muito que já foi afectada não pelos actos dos seus clientes mas sim pelas mentiras ou falsas verdades que o próprio Novo Banco tem contado publicamente ao longo de todos estes meses". Isto porque, até Janeiro, a instituição presidida por Eduardo Stock da Cunha admitia que era sua intenção assegurar o pagamento do papel comercial, algo em que depois recuou, seguindo a trajectória feita pelo Banco de Portugal.

 

"O Banco de Portugal repetidamente tem vindo a informar o público que cabe ao Novo Banco e somente ao Novo Banco apresentação de soluções para os seus clientes lesados em produto de papel comercial. Tudo o resto são formalismos e desculpas (de mau pagador) mais ou menos encapotadas de quem pretende ser juiz em causa própria", acusa Ricardo Ângelo, depois de o Novo Banco ter defendido que "o Novo Banco não tem autonomia para decidir e executar propostas destinadas a sanar ou a compensar o incumprimento dos referidos instrumentos de dívida, estando obrigado a respeitar os termos da medida de resolução aplicada ao Banco Espírito Santo pelo Banco de Portugal".

 

Os lesados pedem "propostas válidas, sérias e eficazes" que devolvam as poupanças que "de forma enganosa e ilegal lhes foram retiradas, exactamente pelas mesmas pessoas (na sua esmagadora maioria) que hoje estão no Novo Banco".

 

Há 2.508 clientes do Novo Banco que têm papel comercial da ESI, Rioforte e ES Property nas suas mãos, num total de 550 milhões de euros. Dinheiro que não lhes foi devolvido. 

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