"Isto não é bom. É uma pena. Essa família é um activo para Portugal. Tenho pena que isso suceda", disse Duque à margem dos prémios Best Ethical Practices Awards, uma iniciativa lançada pelo Negócios em parceria com a Capgemini, e que visa premiar as boas práticas éticas de empresas a nível nacional.

O economista acredita que o que está a acontecer não é bom para o país a nível reputacional, sendo que pode levantar dúvidas sobre o sistema bancário português e os investidores não gostam.

Em relação a este caso ter um impacto sistémico na economia, Duque pensa que ainda estamos para ver qual o impacto real que o caso terá.

João Duque crê que a regulação foi "ingénua" ao acreditar que os mercados saberiam fazer a distinção entre o que é a família Espírito Santo e o BES. No entanto, elogia o facto de todos os actores, desde os reguladores até ao governo, estarem a distinguir entre o que é o banco e o grupo.

O economista João Duque referindo-se ao caso que está a abalar o sistema financeiro português confidenciou ao Negócios que em conversa com a mãe lhe disse que a partir de agora os católicos vão passar a dizer "em nome do pai, do filho, amén".

Em relação ao caso PT e à perplexidade que pode gerar na opinião pública o facto de se investir uma soma tão elevada numa só entidade, Duque diz que é fácil perceber: "Provavelmente houve uma chamada telefónica e não houve capacidade por parte das pessoas de dizer que não a investirem 50% do seu saldo de tesouraria. Custa muito dizer que não", finalizou.

Questionado sobre o que é que isto diz sobre as empresas e os gestores em Portugal, o economista diz que há muitos negócios que não têm por base questões fundamentais, como o risco e a rentabilidade.