Notícia
Horta Osório: OPA do Caixabank é o "fim da independência do BPI" mas banco ficará "mais sólido"
O CEO do Lloyds diz que a OPA do Caixabank sobre o BPI era "inevitável" e tornará o banco português um "candidato mais forte" à compra do Novo Banco, que deverá ser disputada com empresas chinesas, mas deverá gerar uma "perda inevitável".
- 10
- ...
António Horta Osório, CEO do banco britânico Lloyds, considera que a oferta pública de aquisição que o Caixabank lançou sobre o BPI era "algo inevitável" e "uma questão de tempo", depois do banco catalão ter reforçado no banco português para 44%.
Em declarações à revista Sábado, o gestor português assinala que a "OPA ao BPI é o fim da independência do BPI, que, por outro lado, se torna mais sólido porque passa a ter um accionista muito mais forte".
Horta Osório acredita que o Caixabank "pretende replicar em Portugal o sucesso que o Santander teve com o Totta (& Açores)", sendo que para tal objectivo ser atingido, o BPI e o banco catalão terão de gerar "sinergias adicionais para conseguir uma estrutura de custos mais eficientes".
Um objectivo que poderá transformar o BPI num "candidato potencialmente mais forte à compra do Novo Banco", diz o CEO do Lloyds, classificando este desenvolvimento de "positivo para Portugal", pois "era difícil que, dado o valor do Novo Banco, o BPI conseguisse sozinho competir com os chineses", defende.
Deste modo, esta OPA ao BPI acaba também por ser positiva para o Novo Banco, diz Horta Osório. Com a venda do banco que resultou da resolução do BES, "o objectivo é recuperar o máximo possível do dinheiro dos contribuintes, sabendo-se que vai haver uma perda inevitável dadas as circunstâncias que ditaram o fim do banco".
"Existindo um candidato [o BPI] à compra que se torna mais forte, há mais possibilidades dos contribuintes portugueses recuperarem o máximo possível do investimento que fizeram, o que é muito positivo para Portugal", acrescentou, na entrevista à Sábado, assinalando que o BPI irá concorrer com investidores chineses "e há mais do que um chinês".
O Caixabank ofereceu 1,329 euros por cada acção do BPI, numa oferta que avalia o banco liderado por Fernando Ulrich em mais de mil milhões de euros. O BPI é um dos 15 candidatos que passaram à segunda fase do processo de venda do Novo Banco.