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Horta Osório: “Não posso tirar o pé do acelerador. Isto é o fim do início”

Numa entrevista ao Financial Times, o banqueiro português diz que “ainda há muito a fazer” no Lloyds, que começou agora o processo de reprivatização.

38.º - António Horta Osório
Eleito o melhor banqueiro do mundo, ganhou ainda mais peso em Inglaterra, mantendo-o em Portugal.
14 de Outubro de 2013 às 16:44
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António Horta-Osório sente que o seu percurso no Lloyds está apenas a começar. Numa entrevista ao Financial Times, o banqueiro português, que assumiu o cargo de CEO na Primavera de 2011, admite que ainda há muito a fazer.

 

O governo britânico, que gastou 20 mil milhões de libras (23,8 mil milhões de euros) no resgate do banco, vendeu recentemente 3,2 mil milhões de libras da sua participação no banco, reduzindo-a assim para 33%. Depois de iniciar o processo de reprivatização, Horta Osório garante que já está focado na próxima fase de reabilitação do banco.

 

"Ser capaz de começar a pagar o dinheiro dos contribuintes em dois anos e meio é significativamente melhor do que eu pensava, especialmente após o contágio da dívida soberana e da recessão", afirma. "Mas ainda há muito a fazer".

 

Depois de ter gerido o atendimento de urgência ao Lloyds, o banqueiro garante que a sua prioridade é o novo foco na banca de retalho e comercial do Reino Unido, o que significa crescer em áreas onde acredita que o Lloyds está sub-representado, como é o caso dos cartões de crédito.

 

"As pessoas pensam que o Lloyds é grande no Reino Unido e que não pode crescer. Mas o Lloyds é grande em três produtos (contas correntes, hipotecas e poupanças), e é pequeno em sete ou oito. Com as estruturas de custos adequadas podemos crescer e ter quotas de mercado muito maiores em outros produtos", diz Horta Osório na mesma entrevista.

 

As acções do banco quase duplicaram o seu valor no ano passado, e o banqueiro mostra-se convicto de que a economia vai continuar a melhorar. Contudo, segundo o Financial Times, no caso do Lloyds, a recuperação carrega um paradoxo complicado. Uma vez que o banco tem um quarto do mercado de contas correntes, poupanças e hipotecas, qualquer sinal de que está a registar grandes lucros pode ser o rastilho que os reguladores da concorrência precisam para desmantelar o grupo.

 

Um investidor do Lloyds, citado pela mesma fonte, diz que “o António não pode fazer demasiado dinheiro, e sabe disso”. Já o próprio assegura que não há “nenhum conflito” na agenda de crescimento do banco.

 

No final de 2011, Horta Osório foi obrigado a retirar-se do banco durante dois meses, devido a insónias e cansaço. Agora, admite que a situação do banco era pior do que pensava.  “O banco estava pior do que pensei na altura em que assumi o cargo”, reconhece. “É o tipo de problemas com que um CEO tem de enfrentar sozinho, e não pode partilhá-lo com muita gente porque pode ser contra produtivo”.

 

O CEO, que já está a elaborar o plano para o Lloyds para os próximos três anos (2015 a 2017), está entusiasmado com os novos desafios. “Não posso tirar o pé do acelerador, isto é apenas o fim do início”, afirma. “Estive 18 anos no Santander. E tenho apenas 49”. 

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