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Governo prevê injetar 2.100 milhões de euros no Novo Banco até 2021

O Programa de Estabilidade, apresentado esta segunda-feira pelo Governo, inclui uma injeção de capital de 1.149 milhões de euros este ano, à qual se somam outros 1.000 milhões distribuídos por 2020 e 2021.

15 de Abril de 2019 às 12:27
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O Governo prevê transferir para o Novo Banco 1.149 milhões de euros este ano, tal como já foi pedido pelo banco liderado por António Ramalho ao Fundo de Resolução, aos quais se vão somar outros 1.000 milhões de euros nos próximos dois anos. Os números estão incluídos no Programa de Estabilidade apresentado esta segunda-feira pelo Executivo.

De acordo com o documento, o Governo estima injetar 600 milhões de euros em 2020 no banco que resultou da resolução do Banco Espírito Santo. Já no ano seguinte, em 2021, está prevista outro reforço de capital, desta vez de 400 milhões de euros. 

Isto depois dos 792 milhões de euros que entraram na instituição financeira no ano passado, e do pedido de mais de mil milhões de euros feito este ano ao Fundo de Resolução. Isto num período em que o Novo Banco apresentou um prejuízo de 1.412 milhões de euros. Não foi recorde porque as contas do ano anterior foram reexpressas, tendo o saldo de 2017 disparado para mais de dois mil milhões de prejuízos.

Perante as perdas avultadas, e tendo em conta o forte impacto nos rácios de capital do Novo Banco, a instituição solicitou de imediato uma injeção de capital de 1.149 milhões de euros ao Fundo de Resolução, entidade que pertence à esfera do Estado e é gerida pelo Banco de Portugal. Esse pedido está pendente de uma certificação pedida tanto pelo Fundo como pelo ministro das Finanças.

No total, os reforços totalizazam 2.941 milhões de euros entre 2018 e 2021, o que ainda deixa uma margem de cerca de 1.000 milhões até ao limite de cerca de 3.900 milhões de euros da garantia pública concedida em 2017 no âmbito da venda do Novo Banco ao fundo norte-americano Lone Star. 

Em entrevista ao Público, o ministro das Finanças, Mário Centeno, tinha afirmado que o Programa de Estabilidade iria incluir uma despesa de 1.100 milhões de euros, ficando abaixo dos 1.149 milhões de euros previsto para este ano. O documento acabou por incluir o valor pedido pela instituição financeira.

Estes reforços de capital surgem numa altura em que o Novo Banco está a acelerar a "limpeza" dos ativos tóxicos do balanço, incluindo crédito malparado e imóveis. 

Só este ano, estes esforços devem levar a instituição financeira liderada por António Ramalho a alienar perto de quatro mil milhões de euros. Uma medida que pode voltar a ter impacto nos resultados do banco, depois de, no ano passado, esta redução ter levado a entidade a registar perdas de mais de 200 milhões de euros na venda de duas carteiras, conhecidas por projetos "Nata" e "Viriato". 

De acordo com o relatório e contas para 2018, divulgado recentemente pelo Novo Banco, o projeto Nata e Viriato geraram perdas de 110,1 milhões e 159 milhões de euros, respetivamente, totalizando 269,1 milhões de euros. Na primeira operação, estavam em causa duas parcelas: uma de 550 milhões de euros e outra de 1,2 mil milhões de euros de crédito malparado. Já a segunda incluiu a venda de 9.000 imóveis à Anchorage Capital.


(Notícia atualizada às 12:45 com mais informação)
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