Notícia
Gestão e administração do BES não recebeu "alertas" da KPMG por causa de Angola
António Souto diz que o conselho de administração do BES só soube de problemas no BESA no final de 2013.
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"Nunca tive alertas no âmbito da comissão executivo ou do conselho de administração por parte da KPMG relativamente a situações que pudessem constituir um risco para o banco". A afirmação foi feita por António Souto, membro da administração do BES até 30 de Julho de 2014, depois de suspenso de funções pelo Banco de Portugal.
A KPMG era a auditora do BES e do BESA através das filiais em Portugal e Angola – esta quarta-feira, o seu presidente, Sikander Sattar, vai falar aos deputados na comissão de inquérito, que aceitaram que a audição fosse feita à porta fechada.
António Souto relatou a percepção do que se passava no BES Angola, onde o banco tinha mais de metade do capital, como sendo a de um banco com uma operação positiva. Só há noção de problemas no BESA "no final de 2013", disse o antigo gestor na audição desta terça-feira.
"Praticamente em simultâneo, somos informados pelo Dr. Ricardo Salgado e pelo Dr. Morais Pires que existia um problema de qualidade da carteira de crédito, que estava em vias de ser resolvido", acrescentou. No final de 2013, Angola concedeu uma garantia estatal ao BESA que cobria cerca de 70% do seu crédito.
O BES tinha uma linha de financiamento de mais de 3 mil milhões de euros ao BESA – foi esta exposição que o Banco de Portugal quis provisionar a 100% no Novo Banco, que herdou os activos e passivos bons do BES após a resolução.