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Fitch: Bancos portugueses têm dos rácios de capital mais baixos da Europa
A agência considera que as operações de capitalização da Caixa Geral de Depósitos e do BCP aliviam a pressão sob o sector. Mas, mesmo assim, os níveis de capital do sistema são baixos.
Muito do que a Fitch decidir sobre o "rating" de Portugal está dependente dos desenvolvimentos no sector bancário. E as perspectivas da agência para as entidades financeiras não são muito animadoras.
"Há fraquezas no sistema. Os rácios de capital são baixos. Os activos problemáticos são altos e a rentabilidade é baixa", sintetizou Roger Turró, o analista da Fitch que acompanha os bancos portugueses, numa conferência organizada pela agência de notação financeira esta quinta-feira.
Roger Turró refere que os aumentos de capital da Caixa Geral de Depósitos e do BCP aliviam um pouco a pressão. Mas que ainda assim a preocupação sobre o capital dos bancos nacionais irá manter-se.
É que além dos problemas que os bancos portugueses atravessam ao nível da rentabilidade e da qualidade dos activos, as exigências regulatórias são mais exigentes. E os níveis de capitalização dos bancos portugueses são dos mais baixos da Europa.
"Num contexto de mais requisitos de capital isso significa que os bancos podem ter que ir ao mercado. O capital continua vulnerável e continua a haver pressão sobre a geração de capital", referiu Roger Turró.
A Fitch afirmou que também do lado da qualidade dos activos, o sector bancário português apresenta um dos níveis mais baixos da Europa. E Roger Turró sugere que se avance para um novo enquadramento legal nas insolvências, que ajude a "acelerar as recuperações e a reduzir os activos problemáticos do balanço dos bancos".