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Filipe Pinhal: "Joe Berardo foi o presidente do BCP até 2012"

O antigo administrador do BCP diz que ninguém, tanto no banco privado como na CGD, enfrentava o comendador. Filipe Pinhal afirma que Berardo tinha "um poder de fogo extraordinário".

11 de Junho de 2019 às 17:15
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Filipe Pinhal, que foi administrador do BCP, afirma que o comendador Joe Berardo liderou o banco privado até 2012. Isto porque, explica o gestor, ninguém enfrentava o empresário madeirense, tanto do lado do BCP como da Caixa Geral de Depósitos (CGD).

 

"Até 2012, o presidente do BCP foi o senhor Joe Berardo", afirma Filipe Pinhal aos deputados na comissão parlamentar de inquérito à gestão da CGD. 

 

O gestor explica o porquê desta afirmação: "Joe Berardo fazia parte do conselho de remunerações" e "Luís Champalimaud liderava o conselho geral e de supervisão do BCP". Já Carlos Santos Ferreira "tinha sido empregado de Luís Champalimaud" na companhia de seguros Mundial Confiança e estava, por isso, "num plano subordinado". 

 

"Não tenho dúvida de que o sr. Berardo falava grosso na comissão de remunerações. Já  Luís Champalimaud calava e dizia ao Santos Ferreira: é isto que ele quer", continua. "Como é que Santos Ferreira metralhava Berardo sabendo que foi este que o pôs no BCP? E como é que a administração da CGD metralhava Berardo sabendo" que este ia falar nos meios de comunicação?, questionava. 

 

O comendador "tinha um poder de fogo extraordinário. Metralhava sobre quem quisesses", reforça.

 

Sobre o empresário, Filipe Pinhal aproveitou ainda a audição desta terça-feira para "desmentir" Berardo. Na sua audição, afirmou ter sido o ex-administrador do BCP a sugerir um empréstimo junto da CGD para comprar ações do banco privado. 

 

O gestor relembrou que o "grande aumento de posição de Berardo e os empréstimos que pediu à CGD tiveram lugar no verão de 2007".

 

"Por essa altura, Berardo estava a assinar uma proposta para ir à AG de 6 de agosto do BCP para me destituir. Seria altamente improvável que ajudasse Berardo a ter mais votos para me destituir", afirmou o ex-administrador da Caixa. 

 

Esta foi um período marcado pela chamada "guerra de poder" no BCP. De acordo com Pinhal, havia um conjunto de pessoas e empresas interessadas em fazer uma mudança na administração. Sonangol, EDP, CGD e o chamado grupo dos sete, que inclui Berardo e Manuel Fino, entre outros. Mas também Vítor Constâncio, Teixeira dos Santos e José Sócrates.

 

"Todos estavam alinhados no sentido de mudar a administração do BCP e fazer uma insólita transferência da CGD para um banco privado cotado em bolsa", incluindo presidente, vice-presidente e o administrador responsável pelo crédito, Vítor Fernandes. 

 

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