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Ex-administrador da PT fica como responsável pelas empresas na CGD

O antigo líder do angolano BFA, que pertence ao BPI, é o novo responsável pelos negócios africanos da Caixa. O ex-líder do Banco Caixa Geral (Brasil) assume a área financeira. São decisões da distribuição de pelouros pela nova gestão de António Domingues.

Natália Ferraz/Correio da Manhã
01 de Setembro de 2016 às 13:19
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O antigo gestor da Portugal Telecom, Pedro Leitão, será o administrador da Caixa Geral de Depósitos responsável pela área de empresas, determinou a distribuição de pelouros da nova comissão executiva do banco público.

 

Com a passagem pela administração da antiga PT no currículo, a experiência empresarial faz com que Pedro Leitão fique com as direcções de banca institucional, de empresas e grandes empresas, a que se acrescenta ainda o negócio imobiliário. Quando aprovou o seu nome, o Banco Central Europeu pediu acompanhamento ao processo civil pendente sobre Leitão - o gestor estava na PT quando foi feito o investimento de 897 milhões de euros em dívida da Rioforte, que ditou a queda da empresa. 

 

Leitão é apenas um dos sete membros da equipa liderada por António Domingues, que entrou em funções esta quarta-feira, 31 de Agosto, e que já tem pelouros atribuídos, segundo o site oficial. O CEO, Domingues, assegura a auditoria interna, os assuntos jurídicos e tem também a responsabilidade pelo Caixa - Banco de Investimento. Este último, na equipa anterior sob o comando de José de Matos, não estava atribuído ao CEO.

 

Na gestão de José de Matos, era o presidente executivo quem tinha a responsabilidade pela comunicação. Agora, é o administrador Paulo Rodrigues da Silva, que transita da Vodafone, que fica com esse papel, a que junta o Marketing e os Sistemas de Informação.

 

Herança do passado

 

Na distribuição dos pelouros, António Domingues teve em atenção o passado dos novos gestores. Emídio Pinheiro, que até aqui era líder do Banco de Fomento Angola (que pertence ao BPI), passa a ser responsável, a par da direcção de particulares, de grande parte da área internacional, nomeadamente o Banco Caixa Geral de Angola mas também Cabo Verde, Moçambique e Macau.

 

Além do olhar de Emídio Pinheiro, a área internacional também fica dispersa por outro responsável: Henrique Cabral Menezes, antigo líder do Banco Caixa Geral (Brasil), fica com o pelouro dessa instituição financeira a que acrescenta, entre outras, as unidades espanhola e nova-iorquina. Além disso, é o administrador que agrupa as direcções de contabilidade, orçamento e mercados financeiros – no passado, Cabral Menezes tem a passagem pela área de "research" de empresas cotadas do BPI.

 

Directamente do BPI, banco de origem do líder da comissão executiva, veio João Tudela Martins. Desde Fevereiro que era o responsável pela gestão de risco do BPI e, agora, na Caixa, fica com esse papel – aliás, o Banco Central Europeu, na aprovação do seu nome, obrigou-o a fazer três cursos de aperfeiçoamento dessa área (Rodrigues da Silva e Pedro Leitão também terão de fazer um desses cursos, em gestão bancária estratégica, no Insead).

 

Depois dos recursos humanos do BPI, os recursos humanos da CGD

 

Para o actual mandato, o sétimo gestor, Tiago Ravara Marques, é o responsável pela direcção de gestão e desenvolvimento de pessoas, tendo tido também a área de recursos humanos no BPI, de onde vem. Um dos caminhos que há pela frente no banco é a eliminação de 2.500 postos de trabalho através de rescisões amigáveis e programas de reformas e pré-reformas.

 

Estes são os pelouros distribuídos pelos sete membros da comissão executiva. Todos estes membros fazem parte do conselho de administração, que tem ainda outros quatro elementos (Rui Vilar, Pedro Norton, Herbert Walter e Ángel Corcostegui), estes com funções não executivas.

O Governo queria que ter colocado mais oito elementos na administração, como não executivas, como Leonor Beleza, mas a intenção esbarrou no Banco Central Europeu devido à acumulação de funções.

Neste momento, o banco de capitais públicos está em mudança depois da aprovação do modelo de capitalização da instituição, num montante global de 5.160 milhões de euros (2.700 milhões de dinheiro estatal). O primeiro-ministro António Costa já pediu a retribuição deste investimento à nova administração e António Domingues pediu aos trabalhadores para porem "mãos à obra". 

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