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EuroBic quer duplicar quota de mercado e prevê reduzir balcões e trabalhadores

O EuroBic quer duplicar a sua quota de mercado em Portugal até 2020, dos actuais 2% para cerca de 4%, e prevê reduzir balcões e trabalhadores, disse o presidente do banco em entrevista à Lusa.

Bruno Simão/Negócios
29 de Março de 2018 às 15:57
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O EuroBic, que esta quarta-feira divulgou lucros de 25 milhões de euros em 2017, tinha no final do ano passado cerca de 1470 trabalhadores, um número que o presidente do banco, Teixeira dos Santos, diz ter estado "relativamente estabilizado nos últimos anos", mas que deverá baixar de futuro.

É que o banco quer reduzir pessoal, o que justifica com a cada vez maior digitalização dos processos no sistema financeiro, o que implica necessidade de menos gente.

Contudo, o número de pessoas a dispensar "ainda não está definido", mas afirmou que será sempre por acordos com trabalhadores, seja através de rescisões voluntárias ou por reformas antecipadas.

Já em termos de agências, o banco fechou 20 em 2017, tendo agora 180 balcões.

"Fechámos um pouco por todo o país, em zonas mais remotas, com menos densidade populacional, níveis de negócios mais baixos e que não justificavam presença permanente física através de um balcão", disse Teixeira dos Santos.

A redução da rede comercial do EuroBic é para continuar, prevendo este ano o encerramento de mais dez agências.

O banco vai avançar ainda em projecto-piloto com uma agência itinerante, disse Teixeira dos Santos, à semelhança da agência móvel (numa carrinha) que a Caixa Geral de Depósitos tem.

O EuroBic passou de prejuízo a um lucro de 25 milhões de euros em 2017, depois de em 2016 o banco ter tido perdas de 22,7 milhões de euros devido às imparidades registadas por causa da reestruturação da dívida da PT International Finance.

O presidente do banco, e ex-ministro das Finanças do Governo socialista de José Sócrates, considerou que 2017 foi "claramente um bom ano" para a instituição, ajudada pela "recuperação económica do país e da Europa", isto apesar de ainda subsistirem "muitas dificuldades no sector".

O banco aumentou em 2017 o crédito total concedido a clientes em 6,5%, sem referir o número absoluto. O maior aumento foi na concessão de crédito à habitação, que cresceu 37%, com Teixeira dos Santos a dizer que o banco tem uma oferta "competitiva" tanto no preço (não só as taxas de juro, mas também seguros e comissões) como na "rapidez de resposta".

Teixeira dos Santos disse que, para o actual mandato, a equipa que dirige "tem a ambição de duplicar a quota de mercado para 4%" em termos de volume de negócio, face aos actuais pouco mais de 2%.

O responsável considera que, apesar de o EuroBic ser um banco pequeno, tem capacidade para crescer, mesmo num sector bancário mais consolidado.

"Não tira espaço a bancos de menor dimensão, é importante que continuem, são sempre um factor de concorrência crescida no sector. Não vemos como ameaça, mas como um desafio a sermos melhor, mais eficientes", vincou.

O EuroBic tem como principais accionistas a empresária angolana Isabel dos Santos e o luso-angolano Fernando Teles, os mesmos do banco BIC Angola.

O banco EuroBic adquiriu esta designação no ano passado, sendo o nome anterior banco BIC. O banco foi forçado a mudar a marca por poder ser confundida com a do banco BIG - Banco de Investimento Global.

O BIC comprou em 2012 o BPN por 40 milhões de euros, ficando com a rede comercial deste banco nacionalizado em 2008, era então ministro das Finanças Teixeira dos Santos.
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