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Durão Barroso vai ser "chairman" do Goldman Sachs

O antigo presidente da Comissão Europeia vai assumir o cargo de presidente do Conselho de Administração do Goldman Sachs International, confirmou o banco norte-americano, afirmando que Durão Barroso irá "acrescentar muito valor" à instituição.

Reuters
08 de Julho de 2016 às 13:12
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Pouco mais de um ano depois de ter deixado o cargo de presidente da Comissão Europeia, que ocupou durante mais de 10 anos, Durão Barroso vai regressar ao sector privado, ao ingressar num dos bancos mais influentes do mundo e que tem nos seus quadros vários ex-políticos.

O Golman Sachs confirmou em comunicado "a nomeação de José Manuel Durão Barroso como presidente não executivo da Goldman Sachs International", acrescentando que "para além desta posição, será também consultor da Goldman Sachs", que é a casa mãe da instituição financeira.

 
O comunicado do Goldman Sachs confirma a noticia avançada antes pela TSF e o Expresso, que davam conta que o ex-primeiro-ministro iria ser o presidente do conselho de administração do Goldman Sachs International, unidade do banco norte-americano que tem sede em Londres.

"José Manuel [Durão Barroso ] traz imensos conhecimentos e experiência para o Goldman Sachs, incluindo uma compreensão profunda da Europa. Estamos ansiosos por trabalhar com ele, ao mesmo tempo que continuamos a ajudar os nossos clientes a navegar no ambiente económico e de mercado desafiador e incerto", afirmaram Michael Sherwood e Richard Gnodde, os co-CEOs da Goldman Sachs International.

 

Na entrevista que concedeu à SIC e ao Expresso em Maio, Barroso tinha afirmado que iria abandonar a vida política e começar a trabalhar no sector privado.

O Goldman Sachs está em conflito com o Banco de Portugal devido à resolução do BES, um processo que foi concretizado quando em Bruxelas ainda era Durão Barroso o presidente da Comissão Europeia. 

Acrescentar valor

No comunicado onde anuncia a contratação de Durão Barroso, o Goldman Sachs International assinala que "a sua perspectiva, capacidade de avaliação e aconselhamento irão acrescentar muito valor ao Conselho de Administração da Goldman Sachs International, à Goldman Sachs, aos seus acionistas e trabalhadores".

Durão Barroso foi primeiro-ministro de Portugal entre 2002 e 2004, tendo nesse ano ocupado o cargo de presidente da Comissão Europeia, ficando em Bruxelas entre 2004 e 2014.

 

Antes foi secretário de Estado da Administração Interna, secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros e da Cooperação, e ministro dos Negócios Estrangeiros em diversos governos. Chegou a chefe do executivo depois de ter sido eleito presidente do PSD em 1999.

 

Vai agora ingressar num banco que conta e já contou nos seus quadros com vários nomes ligados ao PSD, como José Luis Arnaut, Carlos Moedas ou António Borges.

 

No comunicado emitido esta sexta-feira, a Goldman Sachs refere que "antes de iniciar a sua vida política, Durão Barroso assumiu várias posições académicas, entre as quais como professor convidado da Georgetown University. Mais recentemente foi professor convidado de Política Económica Internacional e "Fellow" na Universidade de Princeton. É também professor convidado na Universidade Católica, em Lisboa, na Universidade de Genebra, e no Instituto de Altos Estudos Internacionais e do Desenvolvimento na mesma cidade".

 

(notícia actualizada às 15:05 com comunicado do Goldman Sachs e citação dos co-CEOs)

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