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Governo francês considera "escandaloso" Barroso no Goldman
"Escandaloso". É assim que o Governo francês apelida a ida de José Durão Barroso para o Goldman Sachs, apelando para que o ex-presidente da Comissão recue na decisão.
O ministro dos Assuntos Europeus francês, Harlem Desir, considera que a ida de Durão Barroso para o Goldman Sachs levanta questões sobre o conflito de interesses entre cargos na União Europeia e os papéis que podem ser assumidos após a passagem por Bruxelas.
"É um erro da parte de Barroso e é a pior imagem que um antigo presidente da Comissão pode dar ao projecto europeu, num momento da história em que este precisa de ser apoiado e fortalecido", defendeu esta quarta-feira, 13 de Julho, o responsável francês, citado pela Reuters.
O ministro, que falava no Parlamento francês, defendeu ainda que as regras sobre conflitos de interesse na União Europeia devem ser reforçadas para os responsáveis com cargos mais elevados.
Durão Barroso assumiu a presidência da Comissão Europeia em 2004, tendo permanecido à frente da instituição até 2014. O Goldman Sachs anunciou que o ex-primeiro-ministro português ia trabalhar na subsidiária Goldman Sachs International (GSI), em Londres, no dia 8 de Julho.
E, desde então, a polémica foi aumentando de tom. Ainda esta quarta-feira, Pierre Moscovici, comissário europeu para os Assuntos Económicos e Financeiros, considerou que a ida de Barroso para o banco de investimento americano, apesar de não ser ilegal, é eticamente duvidosa.