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Durão Barroso aceitou Goldman por ser "desafio interessante e estimulante"
Em declarações ao Expresso, o ex-presidente da Comissão Europeia responde às críticas sobre a sua ida para a Goldman Sachs. "É-se criticado por ter cão e por não ter", disse.
Durão Barroso acredita que ao longo do seu cargo de presidente da Comissão Europeia e depois da crise de 2008 teve de lidar e actuar muito ao nível da regulação financeira, o que lhe dá agora livre trânsito para a banca. É, pois, diz o Exprresso a experiência e a independência nessa área e a experiência em trabalhar em instituições globais e com problemas muito complexos que explicam o convite.
Na sexta-feira, 8 de Julho, nas primeiras declarações a um meio de comunicação social depois de ser conhecida a sua indicação para "chairman" não executivo do Goldman Sachs International, Durão Barroso diz que vai fazer tudo o que estiver ao seu alcance para "mitigar os efeitos" do Brexit na actividade do banco sedeado em Londres.
"É claro que conheço bem a União Europeia, também conheço relativamente bem o ambiente do Reino Unido. (…) Se o meu aconselhamento puder ajudar nestas circunstâncias, estou pronto a ajudar, é claro", afirmou esta sexta-feira, 8 de Julho, o antigo presidente da Comissão Europeia e ex-primeiro-ministro, citado pelo Financial Times.
Mas esta contratação acabou em polémica, com o Bloco de Esquerda a ser o mais explícito.
"Termos um ex-presidente da Comissão Europeia a assumir o lugar de 'chairman' significa, na prática, que não há vergonha na elite europeia da qual Durão Barroso faz parte", defendeu Pedro Filipe Soares, líder parlamentar do Bloco, em declarações à Lusa, acrescentando que a "qualidade da democracia tem ainda muito caminho para fazer" no espaço europeu. O Expresso cita, por outro lado, o deputado comunista João Oliveira, declarando não ser uma surpresa, dado "o histórico de préstimos de Durão Barroso ao grande capital".