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Catarina Martins: “Ida de Durão Barroso para Goldman envergonha o país”

A coordenadora do BE, Catarina Martins, considerou este sábado que a ida do ex-presidente da Comissão Europeia Durão Barroso para a Goldman Sachs "envergonha o país", mas não é nenhuma surpresa, para quem conhece a natureza da governação europeia.

Miguel Baltazar
09 de Julho de 2016 às 19:10
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Em conferência de imprensa, após a primeira Mesa Nacional do BE, após a X Convenção, Catarina Martins foi questionada pelos jornalistas sobre a nomeação de Durão Barroso como presidente não executivo da Goldman Sachs International e consultor do banco norte-americano.

"A governação económica europeia tem sido feita em nome do sistema financeiro e julgo que, de facto, a ida de Durão Barroso para a Goldman Sachs envergonha o país, não envergonha mais do que a cimeira das Lajes e, muito sinceramente, não é nenhuma surpresa para quem conhece a natureza do que tem sido a governação europeia", criticou.

Segundo a líder bloquista, o "banco de investimento agressivo e que é conhecido em todo o mundo pela falta de ética" está envolvido, "entre outros escândalos, na falsificação das contas da Grécia, que levaram ao primeiro programa de resgate e [conduziram] a Grécia para a situação complicada em que está".

"Se alguém tinha alguma dúvida de que a governação europeia é uma governação feita ao sabor dos interesses financeiros, o facto de o ex-presidente da Comissão Europeia ir trabalhar para o banco que esteve no centro da crise financeira que nos trouxe à crise que estamos a viver hoje, retira todas essas dúvidas", observou.

O nome de Durão Barroso já tinha surgido anteriormente nesta conferência de imprensa, quando Catarina Martins falou do relatório Chilcot no Reino Unido, que "claramente estabelece as responsabilidades de Tony Blair em crimes de guerra que foram cometidos no Iraque".

"O Bloco considera que as conclusões do relatório sublinham também o papel dos governantes portugueses de então, a começar por Durão Barroso e Paulo Portas, que hoje devem ser responsabilizados, como nunca foram, pelo verdadeiro crime de guerra que foi a cimeira das Lajes", denunciou.

Na opinião da coordenadora do BE, "a guerra sobre falsos pretextos, o engano dos povos e dos estados criou uma situação de calamidade no Médio Oriente", com repercussões vividas até hoje, sendo peremptória ao afirmar que "os crimes de guerra não devem ficar impunes".

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