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Durante sete anos alertas de fraude na Caixa foram ignorados pelo Governo

O revisor oficial de contas da CDG desde 2007 que lançou sucessivos alertas aos vários governos, chamando a atenção para riscos de fraudes e erros na gestão, escreve esta sexta-feira o Jornal Económico. Alertas terão sido sempre ignorados.

David Martins/Correio da Manhã
01 de Fevereiro de 2019 às 09:10
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O primeiro aviso foi em 2007, com o revisor oficial de contas (ROC) da Caixa Geral de Depósitos a alertar para o risco de "fraudes ou erros" poderem ocorrer e não serem detetados devido às limitações do sistema de controlo interno do banco nas áreas de gestão de risco, compliance e auditoria interna, escreve o Jornal Económico na sua edição desta sexta-feira.

 

De acordo com o jornal, desde então sucederam-se os alertas que, no entanto, terão sido sempre ignorados pela tutela, mas também pelo supervisor, o Banco de Portugal, até 2014.

 

À data era presidente da Caixa Carlos Santos Ferreira e o Governo de então era liderado por José Sócrates. No Banco de Portugal estava Vitor Constâncio, lembra também o Jornal Económico.

 

Em 2008 houve instruções do Banco de Portugal, no sentido de que fossem reforçados os sistemas de controlo interno dos bancos, mas em 2015 continuavam as falhas nos procedimentos, entretanto identificadas pela auditoria realizada pela EY a 15 anos de gestão do banco estatal.

 

Esta semana, na comissão parlamentar de Orçamento, Finanças e Administração Pública, o ministro das Finanças, Mário Centeno, considerou, perante os deputados, que houve má gestão na CGD, como aliás resulta das conclusões da auditoria da EY, cujos resultados preliminares mostram que a instituição financeira emprestou dinheiro mesmo perante pareceres desfavoráveis ou na ausência de qualquer posição da Direção de Risco da CGD.

"Essa má gestão existiu e teve custos", afirmou Mário Centeno, sem no entanto quantificar. Para o responsável pela pasta das Finanças, "é importante que esses custos, se derem lugar a responsabilidade civil, sejam apurados pelas autoridades competentes". Nesse sentido, "o conselho de administração da CGD já está a trabalhar no apuramento das responsabilidades civis, porque o Ministério das Finanças deu essa indicação" ao banco estatal, referiu durante a audição, garantindo que os prazos de prescrição vão "seguramente" ser tidos em conta.

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