A liderança do Deutsche Bank nos Estados Unidos vai mudar. A estratégia prende-se com novas regras para mitigar os riscos de bancos estrangeiros na maior economia do mundo. E é alterada dias depois de ser conhecido o chumbo do maior banco alemão nos testes de stress.

"Hoje marca-se um novo capítulo para o Deutsche Bank nos Estados Unidos", indica um comunicado publicado no site oficial da instituição financeira. Há um novo modelo de organização do grupo nos EUA, em que é criada uma "holding" que fica como dona da infra-estrutura e dos negócios norte-americanos.

"O modelo foi desenhado pelos reguladores para mitigar os riscos que qualquer grande operação bancária estrangeira nos EUA pode representar para o sistema financeiro americano", indica ainda o mesmo comunicado dirigido aos trabalhadores e assinado por John Cryan. Haverá um conselho de administração da unidade americana, que tem executivos do próprio Deutsche Bank.

Jeff Urwin vai ser o administrador do grupo germânico que fica como líder da operação americana, juntando tal papel à responsabilidade pela banca de investimento e de empresas.

"Como todos sabemos, depois dos resultados recebidos pela Reserva Federal (…), há ainda trabalho a fazer mas temos feito progressos", conclui a nota de John Cryan aos colaboradores.

Na quarta-feira à noite, foram revelados os testes de "stress" e a análise à qualidade do capital de 33 grandes bancos. O Deutsche Bank foi um dos grupos a falhar: o outro foi o espanhol Santander. "Vastas e substanciais debilidades no que diz respeito aos seus processos de planeamento de retorno de capital": foi assim que a Fed justificou o chumbo.

Foi, aliás, questionado sobre a situação do banco alemão que o ministro das Finanças da maior economia da Zona Euro, Wolfgang Schäuble, acabou por falar num eventual resgate para Portugal (que depois desmentiu).

O Deutsche Bank é um dos maiores bancos do mundo e é um dos que é considerado como tendo uma importância sistémica a nível global, ou seja, capacidade para criar uma crise em todo o globo. O seu peso para o sistema financeiro internacional mostra a "importância da gestão de risco" considera o Fundo Monetário Internacional.