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Deutsche Bank e Santander falham testes de stress nos EUA

As unidades norte-americanas dos bancos alemão e espanhol não passaram nos testes de resiliência levados a cabo pela Reserva Federal dos Estados Unidos.

Bloomberg
29 de Junho de 2016 às 22:41
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A Fed divulgou esta quarta-feira à noite os resultados dos testes de stress realizados a 33 grandes instituições financeiras e houve dois chumbos: as unidades norte-americanas do alemão Deutsche Bank e do espanhol Santander. E um terceiro, o Morgan Stanley, passou à justa.

Nesta análise à robustez financeira das maiores instituições financeiras a operarem nos EUA (o requisito é que tenham mais de 50 mil milhões de dólares em activos), em que se avalia se dispõem de amortecedores de capital suficientes para sobreviverem a uma crise semelhante à de 2008, o Deutsche e o Santander voltam assim a ver o cartão vermelho da Reserva Federal norte-americana.

 

Esta avaliação à qualidade dos activos da banca, conhecida como Comprehensive Capital Analysis and Review (CCAR [Análise e Avaliação Abrangente do Capital]), é essencial para os bancos, já que determina se eles podem avançar com os seus programas de distribuição de dividendos e de recompra de acções nos próximos 12 meses. E há 30 que podem fazê-lo sem quaisquer condicionalismos. Mas o que acontece ao Deutsche, Santander e Morgan Stanley (que levou cartão amarelo)? 

A Fed disse que estas unidades do Deutsche e do Santander – a Deutsche Bank Trust Corporation e o Santander Holdings USA – chumbaram em termos qualitativos devido às "vastas e substanciais debilidades no que diz respeito aos seus processos de planeamento de retorno de capital". E isso faz com que não possam distribuir capital pelos seus accionistas, nos EUA. Não podem também recomprar acções nem decidir aumentos das remunerações dos seus gestores.

Os balanços destas duas entidades têm, assim, de ser revitalizados, para cumprirem os critérios definidos pela autoridade monetária máxima dos EUA, liderada por Janet Yellen. Além disso, têm de apresentar sistemas fiáveis de controlos internos.

 

Recorde-se que ambas as unidades tinham já recebido cartão vermelho nos testes de stress de 2015, e também em termos qualitativos, por não preencherem os critérios previstos. O Santander Holdings USA também já tinha sido chumbado em 2014, devido a problemas ao nível da "governance", controlos internos, gestão de risco e sistemas de informação.

 

Segundo a Reserva Federal, nenhum dos dois bancos fez progressos suficientes com vista à correcção dessas debilidades no sentido de atender às expectativas da autoridade supervisora. Actualmente, nem um nem outro têm planos de retorno aos accionistas do outro lado do Atlântico - mas, se desejarem tê-los, só poderão fazê-lo quando estas falhas estiverem corrigidas.

 

O Morgan Stanley, por seu lado, teve uma "aprovação condicionada" e já levou o aviso: até 29 de Dezembro terá de apresentar um novo plano de capital, de modo a colmatar as suas debilidades nesta matéria. Pelo meio, poderá distribuir dividendos - mas se, cumpridos os seis meses para apresentar o plano, a Fed não ficar satisfeita, o banco pode ver qualquer distribuição adicional ser bloqueada.

 

Estes testes usam modelos económicos para estimarem o desempenho de cada um dos bancos numa hipotética recessão "prolongada e profunda" em que a taxa de desemprego dispararia para 10% em meados de 2017 e em que os preços das acções cairiam cerca de 50% até ao final do presente ano.


(notícia actualizada às 00:24)

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