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Deloitte coloca ênfase nas contas do Haitong à espera de aumento de capital de 419 milhões

A administração do Haitong Bank espera que o accionista promova o reforço de capital no primeiro semestre de 2016. O grupo chinês já gastou 798 milhões com o banco presidido até Dezembro por José Maria Ricciardi.

Pedro Catarino
28 de Abril de 2017 às 13:59
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A Deloitte colocou uma ênfase na auditoria aos resultados de 2016 do Haitong Bank. Embora aprovando as contas, a revisora oficial não quis deixar de frisar a necessidade de um reforço de capital, que a administração espera que se concretize até Junho.

 

"Este aumento de capital deverá ser precedido das aprovações regulamentares requeridas, sendo expectativa do conselho de administração do banco que a operação seja concretizada até ao final do primeiro semestre de 2017", indica o relatório sobre a auditoria das demonstrações financeiras consolidadas do antigo BESI, publicado esta quarta-feira, 26 de Abril.

 

Essa é uma das considerações feitas pela Deloitte na ênfase, uma rubrica na qual os revisores oficiais de contas destacam elementos das contas, apesar de não apresentarem qualquer reserva aos números divulgados. A auditora relembra que o aumento de capital tinha sido já assumido pela administração, com a expectativa de "reforçar a solvabilidade do banco e [de] promover o crescimento da sua actividade".


No seu relato, o conselho fiscal do BESI realça a ênfase: "O conselho fiscal destaca ainda os seguintes aspectos: (…) A qualificação da opinião do revisor oficial de contas, sob a forma de uma ênfase, evidenciando a necessidade de reforçar a solvabilidade do Haitong para que a sua continuidade não possa ser colocada em risco".

 

O aumento de capital em causa é um reforço de 419 milhões de euros que foi já anunciado, no final de Março, pela casa-mãe do grupo bancário, com sede em Hong Kong. Serão convertidos 80 milhões de euros de instrumentos financeiros em capital, além de ser convertido ainda em capital um empréstimo accionista de 139 milhões. Em dinheiro fresco entram 200 milhões.

 

"Este reforço de capital, uma vez aprovado, irá permitir ao Haitong Bank cumprir com os requisitos regulamentares de capital e promover o crescimento da sua actividade", indica Hiroki Miyazato, presidente da administração e da comissão executiva do banco de investimento de direito português.

Questionado pelo Negócios, a assessoria de imprensa garante que o "Haitong Bank respeitou os rácios legais no fim de 2016 e irá cumprir os rácios legais no final deste ano".

 

Em 2016, o ex-BESI apresentou um prejuízo de 96 milhões de euros, que penalizou os rácios de capital e obrigou a este reforço. No ano passado, o Haitong Bank registou um rácio de solvabilidade (Tier 1) de 7,1% em 2016, abaixo dos 9,9% registados em 2015. Se as regras de supervisão bancária mundial (Basileia III) estivessem já totalmente implementadas, este rácio era de 5,3%, igualmente um recuo face aos 8,2% de 2015.

 

O antigo banco de investimento do BES foi vendido em Setembro de 2015 ao Haitong por 379 milhões de euros. No final desse ano, o novo accionista chinês injectou 100 milhões. Agora, vem um novo reforço de 319 milhões. Um total de 798 milhões colocados desde a venda. 


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