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Declarações da ministra sobre BES partiram "das garantias dadas pelo BdP"
A governante afirmou que os problemas da área não financeira do Grupo Espírito Santo não iriam afectar o ramo financeiro, onde se insere o BES. Maria Luís Albuquerque diz que as fez com base nos depoimentos, também públicos, do governador.
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As declarações que a ministra das Finanças proferiu sobre a estabilidade do Banco Espírito Santo partiram "das garantias dadas pelo Banco de Portugal", disse a ministra na comissão parlamentar de inquérito ao BES e GES na audição desta quarta-feira, 18 de Novembro.
Essas garantias eram relativas à "actuação que [o Banco de Portugal] teve no sentido de preservar e salvaguardar o BES daqueles que seriam os potenciais riscos de contágio face ao que estava a acontecer na esfera não financeira do grupo". Foi nessa altura, na primeira metade do ano, que tanto o Governo como o regulador insistiram na ideia de que os problemas do Grupo Espírito Santo não afectavam a solvência do Banco Espírito Santo.
"Eu não menti em nenhum dos momentos em que falei a este Parlamento", garantiu a ministra das Finanças numa troca de palavras acesa com o deputado comunista Miguel Tiago.
Maria Luís Albuquerque repetiu que foi com base nas declarações do governador que garantiu que o GES não era o BES. Declarações que, referiu a governante, "o próprio senhor governador transmitiu publicamente".
O BES apresentou, nos primeiros seis meses do ano, prejuízos de 3.577 milhões de euros. Mais de 1,5 mil milhões dos quais deveram-se a operações financeiras realizadas pela gestão de Ricardo Salgado que não respeitaram as ordens dadas pelo governador.