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Como Pedro Rebelo de Sousa vê os administradores não executivos

O advogado alertou em Março que o cargo que agora vai ocupar na administração do Haitong Bank não serve para fazer lóbi ou dar "bons contactos", mas para acompanhar e fiscalizar a comissão executiva.

Bruno simão
19 de Dezembro de 2016 às 13:56
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"Há uma necessária pedagogia a fazer porque é uma actividade de extrema responsabilidade. Ao contrário da imagem que às vezes há, não é propriamente um conselheiro de bom senso, uma pessoa com conhecimentos gerais e com conhecimento de vida que vai dar bons contactos, ou então que é um lobista". É assim que Pedro Rebelo de Sousa encara a figura do administrador não executivo, precisamente a função que se prepara para ocupar no Haitong Bank.

 

Em entrevista ao Negócios, publicada em Março deste ano, o então presidente do Instituto Português de Corporate Governance (IPCG) explicitou que, como previsto na lei e nos códigos de bom governo, estes administradores "têm não só uma responsabilidade solidária com as demais decisões do conselho de administração, mas também vão estar nas comissões de auditoria, de risco, de ‘compliance’, de nomeações, de remunerações".

 

"Portanto, têm uma função de acompanhamento e de fiscalização da comissão executiva, dos elementos que são executivos. E devem ser eles os garantes de que são protegidas a ética e a responsabilidade social e defendidos os interesses dos accionistas e dos demais ‘stakeholders’, todos os que acabam por ter uma interacção com a sociedade", referiu Pedro Rebelo de Sousa.

 

O IPCG, que em Setembro passou a ser liderado por António Gomes Mota, estava nessa altura a organizar um primeiro programa avançado para administradores não executivos. Esse evento coincidia no tempo com a polémica contratação da ex-ministra das Finanças, Maria Luís Albuquerque, como administradora não executiva na Arrow Global.

 

Volvidos nove meses, já com o irmão Marcelo com elevados níveis de popularidade e aprovação na Presidência da República, é o nome de Pedro Rebelo de Sousa que está nas notícias por ter aceitado o convite deste grupo de Hong Kong para ocupar essas mesmas funções na nova administração do antigo banco de investimento do Grupo Espírito Santo, comprado no ano passado por 379 milhões de euros, que nos primeiros nove meses do ano registou prejuízos de 21,4 milhões de euros.

 

O advogado especializado em questões financeiras, que ocupou cargos de gestão no Citicorp Investment Bank e no Citibank, nos Estados Unidos, e que liderou o processo de reprivatização do Banco Fonsecas & Burnay no início dos anos 1990, sublinhou nessas declarações ao Negócios que "os investidores internacionais valorizam de forma muito significativa as empresas cujo modelo de governo obedece a determinado tipo de parâmetros e cujos administradores não executivo têm determinado tipo de perfil".

 

Na presidência executiva do Haitong Bank está agora Hiroki Miyazato, que já era "chairman" e que no início de Dezembro substituiu José Maria Ricciardi, que a três meses do final do mandato abandonou o cargo de CEO. Rafael Valverde, Félix Aguirre Cabanyes, Frederico Alegria e David Hobley são os outros quatro administradores que estão de saída deste banco de investimento.

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