Os accionistas da Arrow Global não tiveram dúvidas na escolha de Maria Luís Albuquerque para administradora: a antiga ministra das Finanças e agora deputada do PSD mereceu unanimidade na sua contratação.

Na assembleia-geral da empresa que gere crédito malparado, realizada na semana passada (26 de Maio), houve três pontos da ordem de trabalhos aprovados sem votos contra: um deles foi a nomeação de Maria Luís Albuquerque como administradora. Dos mais de 129 milhões de votos, todos foram no mesmo sentido: sim.

No conselho, a ex-ministra das Finanças (que não fecha a porta a ser líder do PSD) vai desempenhar funções não executivas, não estando na gestão diária, mas a eleição não foi pacífica na política nacional. Maria Luís Albuquerque já estava no cargo mas ainda não tinha o cargo ratificado, o que só aconteceu na semana passada com a aprovação pelos accionistas da sociedade. 

A compatibilidade do cargo com o passado e o presente de Maria Luís Albuquerque teve de ser avaliada pelo Parlamento. O parecer, aprovado pelo PSD e CDS com a abstenção do PS e votos contra do BE e do PCP, ilibou a deputada social-democrata de quaisquer incompatibilidades, dizendo que poderia ser parlamentar e administradora não executiva da Arrow, já que as empresas do grupo receberam benefícios fiscais mas todos foram automáticos e regulares. 

Maria Luís Albuquerque já afirmou que as suas novas funções empresariais na Arrow – empresa que controla sociedades que exercem actividade em Portugal, como a Whitestar e a Gesphone – podem até ajudar o exercício do seu mandato enquanto deputada. Foi a 3 de Março que a contratação foi revelada.