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Maria Luís Albuquerque diz que funções empresariais podem melhorar a actuação na AR

A ex-ministra das Finanças Maria Luís Albuquerque disse não encontrar razões para deixar de ser deputada após assumir as funções de administradora não executiva numa empresa inglesa, considerando que até poderá melhorar a sua qualidade enquanto política.

Maria Luís Albuquerque é a 6.ª Mais Poderosa 2015
Faz com o primeiro-ministro uma dupla unida pela forma de pensar e de actuar. Teve um papel determinante em todo o processo de resolução do BES e conseguiu evitar o protagonismo que seria politicamente negativo para o Governo. Conseguiu gerir o colapso de um
banco sem ser beliscada. Geriu o caso da lista VIP pela ausência. Maria Luís Albuquerque tem conseguido levar ao máximo o poder formal
de um ministro das Finanças. No PSD há quem veja nela qualidades para voos mais altos na política.
01 de Abril de 2016 às 01:51
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Em entrevista no Telejornal da RTP 1, Maria Luís Albuquerque refutou as críticas e garantiu que o convite que recebeu se deveu ao seu currículo e à sua "visão macroeconómica da Europa". "Trabalho há muitos anos no acompanhamento dos mercados financeiros, na evolução das taxas de juro, o que acontece na Europa", explicou.

 

Maria Luís Albuquerque disse que nem sequer tinha conhecimento da empresa antes de receber o convite e refutou a existência de quaisquer benefícios atribuídos a esta enquanto exerceu funções governativas.

 

"Deixei funções governativas em Novembro do ano passado e, em Dezembro, fui pela primeira vez contactada pela empresa, cuja existência desconhecia", disse.

 

A deputada sublinhou que, "o que a legislação diz, em matéria de incompatibilidades, é que não pode ter havido a concepção de benefícios fiscais de natureza contratual".

 

Para a deputada, "é fundamental explicitar que a questão que se coloca nos termos da lei é que não pode ter havido benefícios fiscais contratualizados, ou seja, que tenham sido objecto de uma decisão particular".

 

Questionada sobre eventuais questões éticas que se possam levantar por ir exercer estas funções num grupo de empresas poucos meses após deixar as funções governativas, Maria Luís Albuquerque disse que "a ética não é uma questão de tempo".

 

"Se em algum momento eu tivesse, por algum ato enquanto governante, dado a esta empresa algum tipo de tratamento privilegiado ou algum tipo de benefício, eu não iria trabalhar para esta empresa agora, nem daqui a três, cinco ou seis anos. A ética não é uma questão de tempo é uma questão de comportamento constante", afirmou.

 

Disse ainda que não terá qualquer contacto com clientes, "nem em Portugal nem em lado nenhum". A sua função será "fazer o controlo e o escrutínio da actuação da comissão executiva e também participar nas discussões estratégias".

 

Para Maria Luís Albuquerque, "a maneira como a discussão foi posta na praça pública veio inquinada desde o princípio. Muitas das pessoas que falaram, fizeram-no com ignorância, populismo e má-fé".

 

"As pessoas que nos ouvem não têm, nem têm de ter, esses conhecimentos. Mas quando falamos de responsáveis políticos e comentadores, já não é admissível que os comentários sejam feitos com base na ignorância ou populismo". E acusa: "Quando se fala que eu tenho algum tipo de informação privilegiada útil à empresa, isso é ignorância".

 

Questionada por que não deixa as funções de deputada, a ex-governante socorreu-se na legislação: "Não há exclusividade dentro de um conjunto de regras que devem ser respeitadas".

 

Maria Luís Albuquerque avança mesmo que o seu trabalho nesta empresa inglesa até poderá melhorar a sua actuação enquanto política. "Se eu vou aprender mais e valorizar-me, de que forma é que isso pode prejudicar a minha actuação enquanto política? Quanto mais eu souber, mais conhecimentos eu tiver, melhor será a minha qualidade enquanto política".

 

E avança outra "vantagem": "A minha situação é de facto escrutinada. A minha situação é conhecida. Revelei a remuneração que vou ter. Esse escrutínio é útil e positivo".

 

A antiga ministra das Finanças remata afirmando que "ignorância e populismo só contribuem cada vez mais para degradar o valor da política e isso não serve a ninguém". 

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