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Arrow insiste que nenhuma empresa sua recebeu benefícios em Portugal
Além da Whitestar e Gesphone, a Arrow tem a empresa Red Rock em território nacional. Mas o grupo diz que nenhuma obteve benefícios fiscais contratuais.
O grupo Arrow Global, de que Maria Luís Albuquerque (na foto) é administradora não executiva, voltou a insistir que nenhuma das suas empresas representadas em Portugal recebeu benefícios fiscais no país.
"Nem a Arrow Global nem nenhuma das suas subsidiárias portuguesas receberam benefícios fiscais contratuais em Portugal", indica a empresa esta quinta-feira, 31 de Março.
A posição da empresa britânica gestora de crédito malparado foi tomada depois da reunião da subcomissão parlamentar de ética, que ouviu a ex-ministra das Finanças Maria Luís Albuquerque sobre a sua ida para a empresa.
No final da audição, à porta fechada, os deputados da esquerda (PS, BE e PCP) disseram que precisavam de esclarecimentos adicionais – havia a indicação de que, além da Arrow e das empresas portuguesas que comprou no ano passado (Whitestar e Gesphone), tinha outras sociedades no país. E os grupos parlamentares pretendiam saber se também elas tinham beneficiado no campo fiscal de contratos eventualmente feitos com o Estado.
Além da Whitestar e da Gesphone, fonte oficial da Arrow diz ao Negócios que está representada em Portugal através de uma outra empresa, a Red Rock. E que nenhuma das três recebeu benefícios fiscais contratuais. Quer isto dizer que, mesmo tendo beneficiado de prorrogativas fiscais, foram sempre com base em mecanismos automáticos – como a concessão de benefícios quando há criação de emprego, por exemplo.
A Whitestar e a Gesphone receberam 423 mil euros nos últimos anos em benefícios fiscais automáticos. Ainda não foi possível averiguar se também a portuguesa Red Rock teve algum tipo de ganhos em Portugal.
A subcomissão parlamentar de ética está a avaliar se o Regime Jurídico de Incompatibilidades e Impedimentos dos Titulares de Cargos Políticos e Altos Cargos Públicos é cumprido. Este regime define que os governantes que tutelarem um dado sector não podem ir para empresas do mesmo sector, que tenham sido privatizados, benefícios de incentivos financeiros ou de benefícios fiscais de natureza contratual. E os 423 mil euros recebidos pelas sociedades terão sido todos automáticos, pelo que não se inserem na parte contratual.
Para a próxima semana, haverá uma nova reunião desta subcomissão em que será apresentado o parecer relativo a eventuais incompatibilidades na contratação, como administradora não executiva, da agora deputada Maria Luís Albuquerque.