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BPI: "Se precisarmos, reforçaremos as imparidades"

O BPI espera uma contração de 8,1% da economia portuguesa e uma taxa de desemprego de 12,7% em 2020, indicadores que poderão obrigar a um reforço das imparidades de crédito.

Desde que o CaixaBank retirou o BPI de bolsa que os pequenos investidores têm tentado travar esta decisão.
Mário Cruz/Lusa
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O BPI constituiu 32 milhões de imparidades no primeiro trimestre deste ano, uma medida prudencial que visa fazer face à crise gerada pela pandemia do coronavírus e que já pesou sobre os resultados do banco no arranque do ano. E pode vir a reforçar ainda mais as imparidades de crédito, garante o presidente executivo do BPI, Pablo Forero.

Em conferência de imprensa, esta segunda-feira, 4 de maio, Pablo Forero admitiu que a administração do BPI ainda não sabe se os 32 milhões de euros que foram postos de lado para cobrir possíveis perdas serão suficientes para todo o ano. "Fizemos um exercício de prudência durante o mês de abril e, em junho, com muito mais informação, voltaremos a fazer outro exercício", começou por dizer.

"Felizmente, o BPI é um banco muito rentável e está a gerar lucros, todos os trimestres, que pode dedicar à constituição de imparidades. Nunca vamos colocar em risco a solidez do banco e as poupanças dos nossos clientes", assegurou. E concluiu: "Se precisarmos de mais imparidades, reforçaremos as imparidades".

O BPI reportou lucros de 6,3 milhões de euros no primeiro trimestre deste ano, valor que representa uma quebra de 87% em relação aos resultados registados em igual período do ano passado e que fica a dever-se ao reforço das imparidades de crédito.

Esta foi uma medida de "prudência", garantiu o presidente executivo do banco, já que, no primeiro trimestre, o BPI ainda não sentiu o impacto do coronavírus, assistindo a uma melhoria na maioria dos indicadores, incluindo o volume de malparado. No final de março, o rácio de "non performing exposures" era de 2,3%, uma redução de 0,2 pontos percentuais.

O presidente do banco não antecipa, contudo, qual será a evolução do malparado, tendo em conta o impacto do coronavírus sobre as empresas e famílias. "Estamos a preparar as contas. Este impacto ainda não aconteceu, ainda não o sentimos nas contas, mas estamos a fazer um exercício de prudência baseado no que achamos que pode acontecer no cenário macroeconómico", disse apenas.

O BPI antecipa que o produto interno bruto (PIB) português irá contrair 8,1% em 2020, para depois crescer 6,1% em 2021. Ao mesmo tempo, prevê uma taxa de desemprego de 12,7% no final deste ano e de 8,6% no próximo ano.
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